Gestores falam sobre a adaptação do currículo ao período integral
Publicado em 16/04/2013
Duas gestoras de escolas que têm o currículo adaptado ao período integral falam como funciona a dinâmica das aulas e o impacto disso no processo de ensino aprendizagem.
Claudia Siqueira, diretora do Colégio Sidarta | |
“No Colégio Sidarta, ao contrário de outras escolas, o período integral não está dividido em manhã com aulas regulares e tarde com cursos extra. Aulas regulares tanto das áreas expressivas, como artes, quanto das áreas de conhecimento, como português e matemática, preenchem o período integral, pelos seguintes motivos e características. O Colégio tem um foco no multiculturalismo. Sendo assim são também muito importantes as áreas expressivas e a área de idiomas. Somando as aulas de inglês, mandarim e espanhol, que todos os alunos têm, a carga de idiomas é muito robusta. Com essa carga, o período integral permite que o programa do colégio não fique espremido olhando apenas para o conteúdo. No Sidarta entendemos que o período integral só faz sentido se torna o aprendizado significativo, com o aluno como seu co-autor, permite um aprofundamento no conhecimento, ampliação do olhar, e a valorização das diversas áreas que fazem parte da formação do aluno e do trabalho com as competências tanto sociais quanto intelectuais. Vale ressaltar que as nossas atividades extracurriculares entram após o período de aulas, depois das 16h, e ainda assim os alunos optam por permanecer aqui e participar delas. O período integral, maior tempo na escola, permite um processo reflexivo por parte dos alunos. Em um meio período só há tempo para o professor dar a matéria. Ao invés de uma via de mão única, onde o conhecimento flui do professor para o aluno, no período integral há mais espaço para troca, para interlocução de qualidade, para que o aluno organize seu tempo e dedique parte dele à reflexão, ao estudo, à pesquisa, ainda dentro do espaço legitimado pela escola, para o professor não apenas passar conteúdo, mas também indicar conteúdos para que o aluno estude, pesquise e traga isso para a aula. Tudo isso é apropriação do processo de aprendizagem, colocando o aluno como autor. No nosso trabalho com línguas estrangeiras, está pressuposto o trabalho com as diferentes culturas e manifestações culturais representadas por estes idiomas. Esse modelo favorece múltiplos olhares para a realidade, pautados no respeito à diversidade. A carga horária dos idiomas é grande. Por exemplo, o ensino fundamental 2 tem três aulas semanais de espanhol, cinco aulas semanais de inglês e três aulas semanais de mandarim. Isso é possível devido ao período integral. O tempo de permanência da educação infantil é das 8h às 16h; já ensinos fundamental e médio, das 7h30 às 16h.” |
Denise Toledo, Coordenadora Pedagógica da Stance Dual | |
“Na Stance Dual, escola bilíngue, todos os alunos ficam até as 15h30 com as disciplinas curriculares. Assim, a carga horária do período integral é de 8h30. A fim de alcançar os objetivos educacionais pautados nos princípios institucionais, a escola utiliza-se de uma organização curricular que permite ao ensino de língua estrangeira não ser entendido somente como ensino de conteúdos de língua, mas também como instrumento de outros conteúdos disciplinares das diferentes áreas do conhecimento. No ensino fundamental, o ensino de inglês está organizado em inglês 1, que desenvolve conteúdos de Social Studies e Language, e inglês 2, para os conteúdos de Science e Math. O tempo integral permite também a integração por meio de atividades interdisciplinares. A integração é pautada no desenvolvimento de habilidades de linguagem entre as disciplinas desenvolvidas em português e inglês. São desenvolvidos projetos pessoais e trabalhados conteúdos em atividades como jogos e ações de responsabilidade social.” O quadro da carga do 7º ano serve para exemplificar; nos demais anos a variação é pequena. Disciplina No de aulas semanais |