Por meio de filmes e de redes sociais, alunos debatem a questão da migração no país
*Ciências Humanas e suas tecnologias
Competência: Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.
Algumas habilidades que compõem essa competência:
– Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
– Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
* Fonte: matriz de referência do Enem
Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues, A Marvada Carne, de André Klotzel, e O Caminho das Nuvens, de Vicente Amorim, são filmes nacionais que, apesar de representarem diferentes contextos históricos, têm em comum a mesma temática: a migração no Brasil. Como esse é um assunto recorrente nos vestibulares e a compreensão dos fluxos migratórios é uma das competências exigidas pelo Enem, o professor de geografia Eduardo Castro, do Sidarta, em Cotia, elaborou uma atividade para seus alunos do 3° ano do ensino médio envolvendo os longas.
Divididos em três grupos, os alunos assistiram a um dos filmes com o objetivo de debater a migração, suas razões e consequências, relacionando o fenômeno com a realidade socioeconômica de cada região deixada e as expectativas em relação ao local de destino. “O objetivo é trabalhar a habilidade 14 de ciências humanas e suas tecnologias”, aponta Eduardo. A habilidade 14 fala sobre a capacidade de comparar diferentes pontos de vista sobre situações de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
“Desde que o Enem mudou de cara e as questões são, claramente, pautadas em cima das competências e habilidades; é uma exigência da escola que nós também preparemos as atividades e trabalhos em cima desse conceito”, esclarece o professor. Por isso, todo começo de bimestre os professores elaboram um relatório com os conteúdos, competências e habilidades que serão trabalhados. Além disso, em cada atividade realizada, seja ela tradicional e escrita, seja um trabalho em grupo, os professores devem deixar claro para os alunos quais competências ou habilidades espera-se desenvolver. “É um trabalho constante de tentar aprimorar nossa prática olhando para esse conceito”, ressalta.
A atividade se expande também para as redes sociais. No Facebook, a proposta era que cada grupo criasse um fórum de discussões, onde todos pudessem colaborar com textos complementares, notícias, estatísticas ou outras ferramentas que se relacionassem com o tema. Ao final, todos elaboraram uma síntese do que foi debatido. “A vantagem de usar o Facebook é que, diferentemente do papel, eu consigo acompanhar de perto todo o processo de realização da atividade”, aponta o professor.
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