NOTÍCIA

Futuro da escola

Simular na escola, para impactar positivamente o mundo

Instituição propõe simulações de Assembleias da ONU e Conferência do Clima a fim de desenvolver nos estudantes olhar crítico e responsável

Com o intuito de aprimorar as habilidades dos estudantes, atualizá-los sobre o que acontece na sociedade e, sendo assim, prepará-los para se tornarem seres críticos e empáticos, a Rede Marista de escolas desenvolveu a Simulação Internacional Marista (SIM), uma iniciativa que visa ampliar o repertório cultural dos alunos e propor reflexões sobre os temas da atualidade. O projeto promove diferentes iniciativas de simulação dos mecanismos da Organização das Nações Unidas (ONU), que são ajustados de acordo com a faixa etária e etapas de ensino dos colégios da rede.

O Colégio Marista Colatina, localizado no município de Colatina, no Espírito Santo, sedia as simulações das Assembleias dos Comitês da ONU e a Conferência do Clima, também chamada de Conferência das Partes (COP). Durante as Assembleias, realizadas desde o ensino fundamental até o médio, os estudantes passam a ter um olhar mais sensível sobre as diferentes realidades e buscam soluções por meio de reflexões, discussões e consensos.

“Como as decisões são coletivas, esses momentos fazem com que estudantes e professores dialoguem e busquem, coletivamente, alternativas viáveis que contemplem a maioria. Nesse sentido, a participação nas Assembleias pode proporcionar experiência do trabalho em grupo, escuta ativa e a vez de fala, bem como a defesa de ideias”, explica Jorge Vargas, diretor do Colégio Marista Colatina.

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Os estudantes dos anos finais do ensino fundamental e os que estão no ensino médio assumem o papel de representantes da ONU e ao integrarem comitês, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), por exemplo, discutem e procuram soluções para um tema geral proposto no projeto.

Para Aylton Angelo de Almeida, que atua no Marista Colatina como professor de história, filosofia e sociologia, e também como coordenador da área de ciências humanas e sociais aplicadas (CSHA) — responsável por organizar a SIM —, a simulação contribui para que o estudante realize pesquisas, participe de debates e escreva sobre temas da política contemporânea, além de desenvolver competências e habilidades da área de ciências humanas previstas na Matriz de Referência do Enem, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nas Matrizes Curriculares de Educação Básica do Brasil Marista.

 

Nas simulações, estudantes e professores dialogam e buscam, coletivamente, alternativas viáveis que contemplem a maioria, diz o diretor Jorge Vargas (Foto: C. Marista Colatina)

Ensino fundamental

Já as turmas do 2º ano ao 5º ano do ensino fundamental se dividem em comitês, inspirados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, e propõem intervenções que podem transformar a realidade. O Assan – água e saneamento, realizado com os alunos do 3º ano C do ensino fundamental, é um dos projetos que compõem a simulação.

Baseado no ODS 6 da ONU, que trata da temática água potável e saneamento, os estudantes participaram de palestras sobre a importância da água e o desperdício, e ainda coletaram dados, construíram gráficos e buscaram maneiras de resolver o problema do desperdício. A iniciativa visou despertar a consciência sustentável, a promoção de hábitos saudáveis, do pensamento criativo e crítico, e da cultura de sustentabilidade nos alunos.

“Após o término do projeto, os estudantes se apresentaram mais engajados e preocupados com as práticas de sustentabilidade, demonstrando maior consciência ambiental. Além disso, mostraram-se com senso maior de pertencimento ao espaço e de corresponsabilidade pelo cuidado com o colégio em ações simples de monitoramento do desperdício da água”, conta Jorge Vargas, diretor do Colégio Marista Colatina.

Assembleias da ONU

As turmas do 2º ano ao 5º ano se dividem em comitês, inspirados nos ODS e propõem intervenções que podem transformar a realidade (Foto: C. Marista Colatina)

Conferência do clima

Durante a SIM da Conferência do Clima, realizada nos anos finais do ensino fundamental, os estudantes são convidados a despertarem o senso de cidadania global e de responsabilidade com o planeta. No desenvolvimento do projeto, eles buscam informações sobre questões ambientais relacionadas aos blocos formados por países, empresas e ONGs e por meio de pesquisas direcionadas pelo professor em sala de aula.

“Guiados por um robusto guia de estudos elaborado pelos professores, os estudantes submergem em um mundo de informações que permitem a construção de opiniões e ideias sobre os problemas ambientais e as mudanças climáticas. Em suma, o projeto permite em um primeiro momento a sensibilização diante dos problemas apresentados e a oportunidade de exercer seu protagonismo ao apresentar sua proposta de resolução para as problemáticas expostas”, detalha o professor Aylton.

A simulação ainda exerce um papel importante na discussão de temas atuais e que envolvem o mundo inteiro. Para o diretor Jorge, o projeto é benéfico. Desenvolve a ampliação do repertório cultural por meio de uma reflexão sobre as representações políticas, sociais e econômicas de cada nação e sua influência sobre as situações que repercutem em outras realidades, como é o caso das mudanças climáticas.

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Implantando projetos

“Atualmente, é fundamental o trabalho com projetos que estimulem a formação de cidadãos conscientes, preparando os estudantes, ainda na infância, para uma vida adulta com hábitos sustentáveis bem estabelecidos, que promovam a preservação ambiental e a responsabilidade”, explica Jorge.

 

Experiências que preparam para a cidadania são estimuladas no colégio capixaba (Foto: C. Marista Colatina)

Para professores e colégios que querem implantar simulações e outros projetos de consciência sustentável, Jorge Vargas sugere que estes procurem promover a integração curricular, incorporando os projetos de disciplinas como matemática, geografia e ciências, tornando assim os temas mais relevantes e aplicáveis ao dia a dia dos alunos. Buscar a colaboração e parcerias com empresas, universidades e ONGs especializadas sobre os assuntos que serão abordados também é uma recomendação dada pelo diretor do Colatina.

“Outra dica é envolver toda a comunidade escolar (estudantes, professores, famílias e colaboradores) nos projetos, criando uma cultura de responsabilidade ambiental/social. Todos podem ser estimulados ao desenvolvimento de simulações práticas como hortas ou iniciativas de reciclagem e, assim, podem ver os resultados dos esforços coletivos”, finaliza o diretor Jorge Vargas.

 

Assembleias da ONU

Estudantes do fund. 2 e médio integram comitês da OMS, ACNUDH e OIT e procuram soluções para um tema geral proposto no projeto (Foto: C. Marista Colatina)

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Autor

Série Futuro da escola | Apresentado por FTD Educação


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