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Débora Garofalo

Primeira sul-americana finalista do Global Teacher Prize, prêmio que a colocou entre os 10 melhores professores do mundo

Publicado em 25/04/2022

7 sugestões para o enfrentamento do bullying e cyberbullying na escola

É essencial que a escola seja um lugar de livre debate e construção do pensamento crítico visando o combate ao bullying e cyberbullying

O bullying é um problema de todos. É muito comum ouvirmos agora no retorno das aulas presenciais que nossos estudantes estão mais agressivos.

Estudos recentes realizados pelo Instituto Ayrton Senna e a Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo destacam dados alarmantes e preocupantes em que 69% dos estudantes de SP relatam sintomas de ansiedade e de depressão, ainda 18,8% relataram se sentir totalmente esgotado e sob pressão, 13,6% relataram não se sentir confiante em si, 11,4% relataram se sentir totalmente triste e deprimido.


Leia: Sabotagem, bullying e indisciplina também aparecem em aulas online

Assista: Como as escolas devem lidar com a realidade LGBTQIA+


Diante de dados tão alarmantes voltamos a ver outro problema crescendo na escola, o bullying e a violência escolar. A modernização de canais de comunicação e a proliferação das redes sociais, além da pandemia, têm causa direta com este aumento.  

Com isso, é necessário o combate destes dados e reflexões que incentivam a aceitação do diferente e combate aos discursos de ódio. Neste cenário, é essencial que a escola seja um lugar de livre debate e construção do pensamento crítico.

Assim, pensando nesse grave problema e em possíveis soluções, trago neste artigo ações que podem auxiliar na redução do comportamento agressivo e no fomento do trabalho no âmbito das habilidades socioemocionais.

Conheça sete sugestões de combate

  1. Reconhecendo o bullying na escola: o primeiro enfretamento contra o tema é identificar que o problema existe. Observar os casos de violência e suas atitudes, trazer estudos de casos e histórias em que os estudantes se diziam vítimas, observar as piadinhas com apelidos pejorativos e exclusão social, são os primeiros passos ao enfrentamento;
  • Comitês de prevenção: a escola é um espaço igualitário e empático, por isso, é necessário a criação de comitês que permitam que os muitos atores da escola (gestão, professores, estudantes, território educativo), possam criar mediações de conflitos e intervir nos casos. Além disso, pode se criar uma rotina de palestras, debates, divulgações de informações de ações indicadas de como acabar e resolver problemas, criando correntes positivas para atacar o ponto central do bullying e da violência;

 

  • Familiares também necessita se envolver com o tema: ações conjuntas entre a escola e a família são essenciais. A escola tem um papel fundamental de convidar os pais a participarem destas ações e tecerem diálogos em casa com os estudantes. Assim, podem compreender mais sobre o assunto e intervir. Um bom exemplo de ações são as construções de cartilhas e participações de palestras organizadas pela escola com representantes públicos e ou privados que tenham propriedade para falar sobre o tema e indicar caminhos ao combate;
  • Crie projetos integradores de prevenção: alunos participativos e envolventes com a temática são necessários ao combate. Desta maneira, expor formas de prevenir o bullying e o cyberbullying são essenciais para fazê-los sentirem-se ativos na construção de algo que beneficiará a todos e reverterá opiniões acerca de suas ações. Estudantes não imaginam que algumas atitudes podem ser considerada uma violência, um abuso. Por isso, despertar a sensibilização de crianças e jovens para os possíveis desdobramentos de seus atos é ajudar no   desenvolvimento de habilidades socioemocionais como autocuidado, resiliência, empatia e compreender o seu lugar em relações semelhantes;
  • Observe o comportamento dos estudantes: a prática do bullying escolar e do cyberbullying deixa rastros identificáveis, por isso, reconhecê-la fará a diferença. É importante que o professor observe as mudanças bruscas de comportamento, como afastamento social, silêncio, queda no desempenho escolar e flutuações na personalidade. Para esses casos, o acolhimento e a confiança no professor é essencial para o combate;
  • Escuta ativa: manter uma escuta ativa é essencial ao enfrentamento do bullying. Desta maneira o professor pode iniciar a sua aula trazendo um estudo de caso, um trecho de uma história, um filme, entre outras possibilidades e ainda observar casos de estudantes com notas altas que podem se tornar alvos de estudantes que não vai tão bem na disciplina; estudantes tímidos e mais isolados. São casos que podem ser comentados nesta escuta ativa e aberto uma discussão a reflexão de todos. O estudante está em formação e a escuta ativa permite emular conhecimentos que ao ouvir histórias auxiliará em tomadas de decisões e a deixá-lo mais sensitivo ao tema;
  • Política de ação: a escola necessita criar uma política de ação para os casos de bullying e cyberbullying, baseado nas ações que vimos acima. Para isso é essencial o planejamento do tema no projeto-político pedagógico da escola, além do reconhecimento e enfrentamento dos casos em que ao mediar esse diálogo a escola também se coloca no lugar de vivência e impacto social. A prática do bullying é um problema de todos e deve ser enfrentando como um risco à integridade física e emocional dos envolvidos em que criar um ambiente seguro e propicio é garantia de enfretamento do problema e busca de soluções ao território educativo.

Escute nosso podcast:

 


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