Em livro, Tatiana Cipiniuk dá voz às dificuldades dos não letrados com foco no impacto social e psicológico
Publicado em 03/11/2018
O Brasil ainda possui cerca de 11,5 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, o que equivale a 7% da população – 0,2 ponto percentual a menos que em 2016 – segundo dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).
Com essas informações, o IBGE compara que em um ano cerca de 300 mil brasileiros foram alfabetizados.
O livro Analfabeto: problema social e desonra pessoal (Eduff), da doutora em Antropologia Tatiana Cipiniuk, revela os dramas sociais de indivíduos que não sabem ler e/ou escrever.
A maioria sofre vergonha de ser tachado de analfabeto, o que acaba gerando uma posição inferior aos demais.
A autora registrou experiências de alunos que frequentam aulas públicas de alfabetização à noite, no Rio de Janeiro, e aponta que esse aprendizado “tardio” é uma forma do não letrado se libertar da discriminação de ignorante – o que não é. Uma vez que a pessoa pode não saber ler e escrever, mas deve possuir conhecimentos e habilidades tão valiosas quanto.
Devido ao lento progresso que os dados do IBGE revelam, o país não deve alcançar a meta proposta pelo Plano Nacional de Educação (PNE) de erradicar o analfabetismo até 2024.
A pesquisa aponta ainda que o perfil de analfabetos são pessoas de 60 anos ou mais e que, dos 11,5 milhões de não letrados, cerca de 6 milhões estão no Nordeste.
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