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Não entender nem o básico sobre ciências faz com que o país identifique poucos talentos, o que afeta a rotina das pessoas, influenciando negativamente sua qualidade de vida. “Falta capacidade de interpretar uma conta de luz e entender o quanto os equipamentos da casa interferem no valor. Falta capacidade de entender orienţações médicas, conseguir tomar medicamentos como o indicado em uma receita”, cita Leonardo Gusmão, coordenador pedagógico da Experimenta Ciências, que participou de uma pesquisa sobre o letramento científico do brasileiro, feita em 2014 pelo Instituto Abramundo. O resultado mostrou que
64% da população ficou nos níveis 1 e 2, o que significa a inexistência de letramento científico ou letramento apenas rudimentar.
Além do impacto na vida particular, o pouco conhecimento aliena das discussões de temas importantes para o mundo. “Quando se fala de aquecimento global, derretimento das calotas polares, não é para todo mundo dominar o assunto como um especialista, mas nosso desejo era que todos pudessem entender os argumentos e chegar a suas conclusões”, diz.
Para mudar o panorama, as políticas públicas pesam bastante, mas há também questões metodológicas que dizem respeito à escola. “A escola precisa remodelar sua metodologia de forma a criar problematizações. A premissa do ensino de ciências deve ser explicar fenômenos e ter a cabeça aberta – em vez de repassar conteúdos”, afirma Gusmão, que defende que as aulas sempre devem começar com algum problema. “Aí, os estudantes vão levantar hipóteses e fazer experimentos”, diz.
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