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Com debate sobre avaliação, Congresso de Jornalismo de Educação recebe três presidentes do Inep em uma de suas últimas sessões

Maria Inês Fini, presidente atual, e José Francisco Soares estiveram entre os debatedores; Reynaldo Fernandes, criador do Ideb, estava na plateia

Publicado em 03/07/2017

por Redação revista Educação

Debate sobre avaliação no I Congresso de Jornalismo de Educação. Da esquerda para a direita: Maria Inês Fini, presidente do Inep; Francisco Soares, professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ex-presidente do Inep; Ocimar Alavarse, professor da USP. (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

Debate sobre avaliação no I Congresso de Jornalismo de Educação. Da esquerda para a direita: Maria Inês Fini, presidente do Inep; Francisco Soares, professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ex-presidente do Inep; e Ocimar Alavarse, professor da USP. (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

A tensão permeou a mais concorrida entre as últimas mesas do I Congresso de Jornalismo de Educação, realizado em São Paulo nos dias 28 e 29 de junho, no campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi, com promoção da Jeduca, a Associação dos Jornalistas de Educação.  Essa tensão girou em torno do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, e de seu significado para a educação brasileira.
A sessão de debates contou com a presença da atual presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini, e dois ex-presidentes do órgão, um como debatedor (José Francisco Soares, da UFMG), outro presente na plateia (Reynaldo Fernandes, da USP/Ribeirão Preto), além do professor e pesquisador Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da USP. A mediação ficou a cargo do jornalista Paulo Saldaña, da Folha de S.Paulo.
A mesa-redonda foi uma das atividades de fechamento do evento, aberto com uma sessão em que os jornalistas Ricardo Braginski (El Clarín, Argentina) e Elisabeth Simonsen (La Tercera, Chile) expuseram a situação da cobertura educacional nos veículos de seus países. No total, mais de 400 pessoas, entre jornalistas, estudantes e educadores estiveram presentes à Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, para acompanhar as 17 sessões versando sobre a educação, o jornalismo de educação e os processos para a sua produção.
Ideb no centro do debate
Instados a analisar se o Ideb e outros dados aferidos pelo Inep retratam efetivamente a realidade da educação brasileira, oferecendo um diagnóstico seguro à sociedade, os debatedores acabaram por revelar visões dissonantes sobre o índice e as políticas públicas, em especial Fini e Alavarse. Partindo da premissa de que a garantia do direito a uma educação de qualidade não pode prescindir de instrumentos diagnósticos para a formulação de políticas públicas, a presidente do Inep, em sua apresentação inicial, mostrou quais dados levantados pelo órgão hoje são acessíveis para pesquisadores, jornalistas e interessados em geral.
Em seguida, o professor José Francisco Soares, que presidiu o Inep entre 2014 e 2016, fez uma defesa, ainda que com restrições, ao Ideb, partindo do princípio de que o índice é um dos principais instrumentos para o monitoramento da garantia do direito de aprendizagem, e permite ver, ao menos parcialmente, como esse direito vem sendo garantido no tempo. Soares acrescentou que um novo dado disponibilizado pelo Inep, aquele que mostra a trajetória dos alunos ao longo dos anos, permitindo ver quanto tempo um aluno leva para completar o ciclo escolar, propiciará elementos para que a gestão possa atacar problemas de fluxo e eficiência dos sistemas educacionais.
Já Ocimar Alavarse defendeu a ideia de que o Ideb não traz uma radiografia fidedigna da qualidade do ensino. Listou algumas razões, entre elas o fato de que o índice mede apenas o desempenho dos alunos em língua portuguesa e matemática, e de que não se pode olhar a evolução dos mesmos alunos ao se analisar as notas de diferentes etapas e o de que o índice apresentaria alguma margem de erro do ponto de vista estatístico.
Fini descartou com veemência a existência de erro, defendeu o Ideb e posicionou-se de forma contrária à proposta do Sinaeb, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, proposta aprovada no apagar das luzes do governo Dilma Rousseff e cancelada após sua queda. Novamente, Alavarse teve posição contrária à da presidente do Inep. O debate sobre as avaliações, no entanto, continua em aberto.

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Redação revista Educação


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