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Na manhã do dia 2 de maio de 1997, Paulo Freire faleceu de um ataque cardíaco. Quase 20 anos depois, o educador brasileiro continua tão atual e presente quanto em 1968, época de lançamento de sua obra mais famosa: Pedagogia do Oprimido.
Já atuante desde o início dos anos 1960, Freire elaborou uma teoria baseada no diálogo, valorizando a autonomia e potência do educando. Projetos no Brasil e no mundo mantém vivo seu legado aplicando os métodos pedagógicos criados por ele.
Idealizado pelo educador ainda em vida, o Instituto Paulo Freire desenvolve, desde 1991, projetos de consultoria e formação voltadas para educação de adultos, e iniciativas de ensino popular e cidadão.
Para homenagear os 20 anos de falecimento do educador, o Instituto planeja levar, literalmente, a obra de Freire àqueles que não a conhecem. O contato será feito por meio de uma exposição itinerante, que visitará escolas, bibliotecas, empresas, e outros espaços. O projeto ainda está em fase de elaboração, e deve ser apresentado ao público até maio do próximo ano.
“No Brasil, [Freire] ainda não é tão conhecido. Precisamos levá-lo às periferias para que isso gere um movimento de reconhecimento das possibilidades da educação em um momento de pessimismo”, destaca Paulo Padilha, diretor do Instituto.
Homenagens literárias
Instalação “Para adiar o fim do mundo” de Bene Fonteles | Fotografia: Marcos Reigota, cedida por Nita Freire
“A vida de Paulo não é como a de muitos homens, que acaba quando eles morrem. Muita coisa aconteceu desde então”, aponta Ana Maria Freire, esposa do educador e autora de sua biografia.
O livro Paulo Freire: Uma História de Vida foi publicado originalmente em 2006, e ganhará uma versão atualizada no próximo ano. A nova edição foi organizada pela autora com os desdobramentos do legado freiriano nos 10 anos passados desde o lançamento da obra.
Ana Maria passou 7 anos escrevendo o livro baseada em suas memórias e em documentos deixados pelo esposo. A obra ganhou o 2º lugar do Prêmio Jabuti de literatura em 2007.
Outro lançamento comemorativo foi feito este ano com a versão em capa dura de Pedagogia do Oprimido, marcando a 60ª edição da obra. Ambos os livros são publicadas pela editora Paz & Terra, que distribui os textos de Freire desde a década de 60.