Ao mesmo tempo em que governo promove patriotismo no material didático, quer internacionalizar universidades
As estratégias educacionais do Japão enfrentam uma contradição. Segundo artigo publicado no último domingo (12) no New York Times, o dilema se dá entre o patriotismo imposto na política de livros didáticos e o desejo de internacionalização das universidades. Ambas as políticas foram reforçadas pelo Primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que está no cargo desde 2012.
O jornal citou alguns aspectos patriotas inseridos nos livros didáticos do Japão, que, por vezes, amenizam ações violentas do país ao longo de sua história. Segundo o artigo, uma das consequências é o desestímulo dos estudantes em estudar fora, principalmente nos países asiáticos do entorno. Um exemplo dos episódios minimizados é o massacre de Nanquim, a que o novo material se refere como um “incidente”. O ministro da educação do país Hakubun Shimomura negou que o governo esteja tentando impor apenas uma visão da história e afirmou “nós acreditamos que é importante ensinar um equilíbrio do que é bom e as partes ruins, para que as crianças tenham orgulho e confiança na história do nosso país”.
Ao mesmo tempo, o governo quer promover a internacionalização das universidades japonesas. O Primeiro-ministro declarou que deseja dez universidades japonesas entre as cem melhores do mundo. Atualmente, no ranking da Times Higher Education, o país tem apenas duas. Para isto, o país está contratando professores estrangeiros e fortalecendo as relações bilaterais com os principais países a que o material didático provocou: Estados Unidos, China e Coreia do Sul.