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Gestão

Autor

Redação revista Educação

Publicado em 21/08/2025

Carandá é mais uma escola que opta por fusão

Com 850 alunos, a Carandá busca, com união ao grupo OEP, mais tempo e criatividade para seguir crescendo

Nos últimos 15 anos, algumas escolas da cidade de São Paulo realizam um movimento interessante. Se unem para enfrentar os desafios de um mercado educacional cada vez mais competitivo. Foi por conta dessa realidade que nasceu o Grupo OEP, capitaneado pelo educador e empresário Eugênio Cordaro, e originário do tradicional Colégio Oswald de Andrade. A proposta de Cordaro, desde o início, foi promover fusões entre escolas para fortalecê-las.

O primeiro passo foi dado em 2014, quando os colégios Oswald de Andrade e Elvira Brandão se uniram. Em 2018, o Colégio Piaget passou a integrar o grupo, consolidando oficialmente o OEP. Em seguida veio a escola Crescer Sempre (especificamente, o segmento fundamental 2). Hoje, o grupo reúne cinco marcas, sendo a mais recente a Carandá Educação.

O executivo que está à frente do grupo desde 2018, Cláudio Giardino, define o OEP como um grupo de escolas que trabalha de forma colaborativa. Ele explica algumas vantagens: “conseguimos contratar grandes profissionais de áreas. Por exemplo, uma das melhores assessoras de inglês da cidade, com salário diferenciado, que capacita todos os professores do grupo e não apenas de uma escola”.

Do ponto de vista financeiro, também há vantagens. Exemplo citado por Giardino: “compramos toneladas de papel sulfite e outros materiais para todas as escolas e assim temos maior capacidade de negociação, obtendo preços melhores”.

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Para Cláudio Giardino, a competição entre escolas está cada vez mais acirrada e a união se torna uma saída estratégica para fortalecer o negócio. Segundo ele, à medida que a escola melhora os processos pedagógicos o reflexo é sentido em sala de aula, as famílias percebem e tornam-se as maiores propagadoras das instituições do grupo junto a amigos e conhecidos. “Isso também se aplica aos professores, que podem lecionar em diferentes escolas do grupo e, assim, ter mais segurança.” Outra vantagem é uma melhor formação dos estagiários proporcionada pelo OEP, que possui dois centros de formação, potencializando essa ação. “Nesse modelo, todas as escolas se fortalecem do ponto de vista pedagógico.”

Além disso, a gestão administrativa é compartilhada, com uma central de serviços, o que libera os diretores de cada escola do grupo para se concentrarem nas questões educacionais.

Depois de ter passado por duas fusões, Ana Cristina Dunker vai para a terceira, agora com sua escola Carandá, localizada na Vila Mariana, nesse novo formato com a turma da OEP, da qual fazem parte os Colégios Oswald, Elvira Brandão, Piaget, Crescer Sempre, totalizando 3.800 alunos.

Carandá

Carandá Educação tem 850 alunos (Foto: reprodução)

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Educadora de renome, a diretora Ana Cristina justifica a decisão pensando na continuidade do projeto quando todas as sócias se aposentarem e na possibilidade de se dedicar ainda mais à educação. “Desde quando Oswald e Elvira se uniram, começamos a namorar a ideia. Agora estou certa de que esse é o melhor caminho.” Ana Cristina faz uma crítica contundente à pasteurização das escolas, à pressão para que gestores e professores façam tudo igual. 

A Carandá Educação nasceu de um grupo de educadoras que, nos anos 1970, tinham como ideal uma escola humanista focada na formação de cidadãos críticos — algo que hoje é amplamente discutido no mercado, mas que já era premissa na sua origem. “Tínhamos consciência de que precisávamos estar em um grupo maior, mas onde não houvesse padronização do projeto político-pedagógico (PPP). Carandá é uma árvore que só sobrevive em grupo no Pantanal. Temos que ser fiel ao nome, por isso sempre entendemos a educação como uma tarefa coletiva e isso nos motiva a entrar para o grupo.”

Com seus 850 alunos, a Carandá busca, com essa união, mais tempo e criatividade para seguir crescendo, mantendo o foco no que mais importa: educar.

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