NOTÍCIA

Olhar pedagógico

Autor

Redação revista Educação

Publicado em 04/08/2025

Aluna com baixa visão inspira mudança em colégio no Rio

Após vivência com colega que tem baixa visão, estudantes do ensino médio produzem curtas com audiodescrição

O projeto Cine Pensi+, realizado anualmente com alunos do 1º ano do ensino médio do Colégio Pensi+ (RJ), ganhou uma nova dimensão em 2024: pela primeira vez, todos os curtas exibidos contam com recursos de audiodescrição, tornando as produções acessíveis a pessoas com deficiência visual. A iniciativa nasceu de uma situação concreta em sala de aula, quando uma estudante com baixa visão expressou frustração ao não conseguir acompanhar plenamente os filmes da edição anterior. 

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“A professora Gabriela Marçal nos trouxe o caso com muita sensibilidade. A partir disso, entendemos que não se tratava apenas de atender uma demanda pontual, mas de dar um passo importante na construção de uma escola verdadeiramente inclusiva”, explica Pablo De Oliveira De Mattos, coordenador pedagógico do Pensi+, que atuou em conjunto com a orientadora educacional da unidade, Ingrid Vasques. 

Para tornar a proposta viável, a escola convidou a especialista em acessibilidade audiovisual com Larissa Costa, professora da PUC-MG, que conduziu uma série de oficinas com os estudantes. Eles aprenderam os fundamentos da audiodescrição, elaboraram roteiros adaptados e gravaram as versões acessíveis dos próprios filmes. 

baixa visão

Pela primeira vez, todos os curtas exibidos no Cine Pensi+ contam com recursos de audiodescrição (Foto: divulgação)

Na prática

Segundo Pablo, a transformação dos alunos ao longo do processo foi marcante. “No início, houve questionamentos sobre a necessidade da ferramenta e até certa insegurança técnica. Mas, com o suporte da Larissa e da nossa equipe, eles entenderam que acessibilidade é um direito e uma responsabilidade coletiva”, destaca. 

A aluna Luiza Loures Evaristo de Albuquerque Maranhão, que inspirou a iniciativa, também participou ativamente, mesmo enfrentando limitações de saúde que exigiram internações ao longo do semestre. Ela atuou em um dos curtas e acompanhou emocionada a exibição dos filmes na noite de estreia. 

“Luiza reagiu com uma salva de palmas espontânea ao saber que os filmes tinham audiodescrição. Aquela emoção dela confirmou que tomamos o caminho certo”, relata Pablo. A audiodescrição foi disponibilizada por QR Code junto aos vídeos, permitindo que todos pudessem acompanhar o conteúdo de forma plena. 

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Para o coordenador, a experiência reforça o compromisso do Pensi+ com a formação de cidadãos conscientes e solidários. “A inclusão não pode ser apenas um gesto simbólico. Ela precisa estar presente nas práticas, nos projetos e nas escolhas pedagógicas do dia a dia. O que vimos no Cine Pensi+ 2025 foi a prova de que é possível fazer educação com sentido e com propósito.” 

Com resultados tão positivos, a expectativa é que a audiodescrição passe a integrar permanentemente o projeto. “Não queremos que nenhum aluno precise se adaptar ao projeto. Nosso papel é garantir que o projeto já venha adaptado para todos. Essa é a escola que acreditamos construir”, conclui Pablo. 

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