NOTÍCIA

Gestão

Anuário da Educação Básica retorna com a missão de jogar luz no debate e nos desafios pós-pandemia

Três anos após última edição, material volta a ser publicado

Publicado em 13/11/2024

por Redação revista Educação

Por Priscila Cruz* e Luciano Monteiro**: Três anos após a última edição, o Anuário Brasileiro da Educação Básica volta a ser publicado. Muita coisa aconteceu desde então na educação brasileira, mas o fato mais marcante é, sem dúvida, o impacto que a pandemia de Covid-19 teve na trajetória escolar de crianças e adolescentes. 

Se na última edição do Anuário, em 2021, ainda não era possível dimensionar as consequências da pandemia para os estudantes, hoje temos disponíveis números detalhados sobre aprendizagem e fluxo nesse período, já a partir dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2021 e 2023. 

É um retrato que vai além das histórias individuais que testemunhamos naquele período, de professores que coletavam celulares e tablets antigos destinados à doação para alunos mais vulneráveis poderem obter o material das aulas remotas a diretores fazendo busca ativa nas ruas, convencendo crianças e adolescentes a voltar para a escola.

——

Leia também

Sistema Nacional de Educação pode organizar a área pública

Saiu o resultado do Ideb. E agora?

——

Hoje, com acesso detalhado aos dados consolidados do Ideb, temos condições de reconhecer aqueles estados e municípios que tiveram uma gestão educacional direcionada para recompor o aprendizado, tornando a política de recuperação ao longo do ano mais efetiva, planejando e aplicando políticas públicas que devem ser estudadas e replicadas por outras redes.

Como já era previsto, vemos um cenário geral de retomada aos níveis de 2019. No entanto, o maior responsável por essa recuperação é o aumento dos indicadores de fluxo, e não dos de aprendizagem, que caíram tanto nos anos iniciais quanto nos anos finais do ensino fundamental, assim como no ensino médio. Isso pode ter muitas interpretações, e o papel do Anuário é levar essas análises ao nível do detalhe.

Acreditamos que gestores, educadores, pesquisadores e jornalistas possam contar com um material rico em números e análises, como esta publicação, para que o debate sobre a educação brasileira seja analisado em seus detalhes, suas particularidades e seus enormes desafios. 

É necessário que se jogue luz sobre o que não funcionou e que os governos, Assembleias e Câmaras Municipais apresentem planos de ação consistentes — com a decisiva colaboração do Ministério da Educação, a quem cabe assegurar a melhoria da qualidade educacional com menos desigualdades regionais e entre alunos.  

Como nos anos anteriores, a 11ª edição do Anuário Brasileiro da Educação Básica foi produzida pelo Todos Pela Educação, Editora Moderna e Fundação Santillana. Mantemos a decisão de retratar a educação brasileira a partir do recorte da rede pública, por entendermos que é o lugar em que o monitoramento dos dados e a aplicação de políticas educacionais têm o maior impacto.

 

Anuário da Educação Básica

Anuário retrata educação brasileira a partir do recorte da rede pública (Foto: Shutterstock)

——

Leia também

Charles Fadel, da OCDE: países devem apoiar docentes em um redesenho curricular que dê espaço à adaptabilidade

Sonya Douglass fala da luta pela equidade racial nas escolas

——

Também é a educação pública que precisa avançar para reduzir as graves desigualdades de nossa sociedade. Para fins de organização, a publicação está dividida com base nas temáticas prioritárias para o avanço da educação básica, inspirados pelo que foi definido na iniciativa “Educação Já”. 

Dessa maneira, conseguimos não só abranger as etapas escolares, mas também analisar outros fatores que atravessam a educação brasileira, como a formação dos professores, a gestão escolar democrática, infraestrutura, inclusão, as novas tecnologias adotadas em sala de aula, a igualdade étnico-racial, entre outros temas.

Agradecemos o grupo de especialistas, em diversas áreas, que dedicaram seu tempo e seu conhecimento para debruçar-se sobre esses dados e traduzi-los criticamente aos mais diversos públicos. Celebramos o retorno da publicação, com a convicção de que mais transparência e mais informação são fundamentais para levar a educação brasileira ao patamar de qualidade que todos nós sonhamos. 

*Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação

**Luciano Monteiro, diretor de relações institucionais da Santillana no Brasil

——

Revista Educação: referência há 29 anos em reportagens jornalísticas e artigos exclusivos para profissionais da educação básica

——

Escute nosso podcast

Autor

Redação revista Educação


Leia Gestão

WhatsApp Image 2024-11-12 at 16.00.22

Anuário da Educação Básica retorna com a missão de jogar luz no...

+ Mais Informações
WhatsApp Image 2024-11-07 at 13.29.19

Liderança escolar: como aplicar diferentes tipos de gestão ao dia a dia

+ Mais Informações
WhatsApp Image 2024-11-01 at 13.02.52

Enem deve ser atualizado? Educadores analisam

+ Mais Informações
WhatsApp Image 2024-10-28 at 13.50.07

Romper com a exclusão velada, para construir a escola inclusiva

+ Mais Informações

Mapa do Site