NOTÍCIA
De olho na formação humana, ‘Aventuras com Bel’ aproxima as famílias dos processos de aprendizagem e resulta em um melhor desempenho das crianças em sala de aula
A primeira infância é considerada a principal etapa para a formação do ser humano, momento em que as crianças são mais sensíveis e começam a desenvolver habilidades cognitivas e emocionais. Sabendo disso, no Colégio Vinicius de Moraes, em Feira de Santana, Bahia, foi criado o projeto Aventuras com Bel, uma atividade com o mascote da escola, um ursinho de pelúcia. Segundo a diretora Isabella Casaes, o projeto trabalha as habilidades socioemocionais das crianças, a memória afetiva e aproxima as famílias dos processos de aprendizagem, já que as crianças passam um final de semana com o urso Bel e após voltarem para a escola se sentam em uma roda de conversa para contar suas histórias e momentos que vivenciaram em companhia da família.
“Como as crianças cuidam do ursinho Bel, elas percebem que devem ter cuidado com algumas brincadeiras, como ao puxar um brinquedo. Além disso, começamos a levar Bel como representante para as rodinhas, por exemplo: ‘Bel ficou sabendo que aqui aconteceu algo’ ou ‘Bel veio passar uma mensagem a vocês’. Tendo mascote como representante, observamos que houve um fortalecimento também no respeito em sala de aula, tanto uns com os outros, quanto com os professores”, complementa a coordenadora da educação infantil Michelle Oliveira.
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O projeto começou em janeiro de 2023 somente com as crianças da educação infantil e no decorrer do ano passou a ter atividades com os estudantes do fundamental 1. Segundo as educadoras, com os resultados e melhores desempenhos obtidos com o projeto, pretendem expandir as atividades com Bel para o fundamental 2.
O colégio foi fundado pela professora e gestora Isbella Casaes, mãe da diretora Isabella Casaes e, atualmente, com 39 anos de história, possui em média 80 funcionários, mil estudantes e mensalidade entre 800 e 1250 reais. Isabella conta que atua com sua mãe na escola desde cedo e está na direção escolar há 22 anos. Sua equipe está sempre se aperfeiçoando para trazer o melhor para os estudantes.
Assim como Isabella, Michelle Oliveira também tem uma ligação especial com o colégio. De ex-aluna passou a ser professora, depois coordenadora do fundamental da 3ª, 4ª e 5ª série, e no começo de 2023 coordenadora da educação infantil. Ao todo são 19 anos trabalhando no colégio. “O bom de ser coordenadora é conhecer o chão da sala, os alunos e as professoras. Estamos o tempo todo pesquisando para suprir e ajudar as crianças em seu desenvolvimento, porque aqui nosso objetivo é dar asas para elas alcançarem o seu potencial”, compartilha Michelle.
Embora as habilidades socioemocionais tenham começado a ganhar foco com a chegada da pandemia e passando a ser uma obrigatoriedade nos currículos das escolas brasileiras a partir de 2020, o Colégio Vinicius de Moraes já trabalhava com a educação socioemocional há tempos. Tendo o estudante como protagonista, a escola acredita na formação humana e de um cidadão crítico.
Com esse propósito, o colégio também possui o projeto Aula da Saudade, um encontro especial que ocorre durante o ano e cujas educadoras Isabella e Michelle visitam as salas de aula. Elas procuram estabelecer com os estudantes um momento de reflexão sobre os pontos positivos e negativos sobre sua educação. O final de ano, em especial, também é um momento de parabenizar os estudantes por seu desempenho e conquistas. No final de 2023, com o projeto do mascote Bel, a diretora Isabella, inclusive, se fantasiou e representou a chegada dele para os estudantes da educação infantil.
“Nosso foco principal é a aprendizagem, mas para alcançá-la a criança deve estar bem, se sentir confortável, confiante e ter um ambiente favorável. Eu costumo dar o exemplo: ‘Quando discutimos com namorado, marido, família ou familiar, enquanto não fazemos as pazes, não ficamos bem’. Então é o mesmo com as crianças”, ressalta a diretora Isabella Casaes.
Mesmo tendo como princípio a formação humana, o colégio não descarta as inovações tecnológicas que estão surgindo na educação. As salas de aula estão equipadas com ferramentas digitais, os estudantes fazem uso de tablets e a infraestrutura ainda conta com um laboratório de ciências. “Tivemos em 2023 a feira de negócios, em que os estudantes do 8º ano e 9º ano produziram sabonete, sorvete para pets, entre outros produtos como velas aromatizadas para venderem. Para isso eles fizeram uso do nosso laboratório”, explica a diretora Isabella.
A feira de negócios será expandida para os demais níveis de ensino. Além disso, em 2024, o colégio lançará o projeto Adolescer, para os estudantes do ensino médio, que pretende abrir um espaço de diálogo sobre o ‘eu’, o futuro, e o cenário atual que o mundo está vivendo, com momentos de palestras e conversas com empresários e jovens que já são empreendedores.
“Acreditamos no poder da educação e nos engajamos o tempo todo nas mudanças que surgem, como as tecnologias e seus resultados, mas hoje vejo que a preocupação da escola é formar um cidadão”, enfatiza a diretora Isabella.
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