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Inovar na educação básica — e em qualquer outro setor — segue sendo um grande desafio. Educação empreendedora e como inovar são destaques do painel de Junior Borneli, fundador da StartSe, no GEduc, que ocorre de 3 a 5 de abril, em SP
Publicado em 09/02/2024
Inovar na educação básica — e em qualquer outro setor — segue sendo um grande desafio. Com diretrizes e normas que as escolas devem seguir, muitas vezes a gestão e a docência se sentem perdidos em como começar a criar mudanças. Junior Borneli, fundador da StartSe, escola internacional de negócios e ganhadora do Prêmio Líder Educação e Inovação de 2018, pelo Instituto Ayrton Senna, acredita que o primeiro passo para inovar é quebrar o modelo mental da sociedade de que o erro é sinônimo de derrota.
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“O medo de começar a inovar vem de um lugar em que fomos acostumados a dizer que falhar é errado e que fracassar é visto como derrota, quando, na verdade, toda vez que tentamos e cometemos uma pequena falha, ela serve como aprendizado. É preciso repetir esse ciclo várias e várias vezes para conseguir de fato transformar uma intenção em uma ação”, enfatiza Junior. “É um exercício difícil, porque ele sempre nos coloca a prova: ‘será que eu consigo? Vai funcionar?’ Mas, à medida que transformamos um erro ou falha em aprendizado, ficamos mais fortes”, complementa.
Junior participará do evento voltado à educação, GEduc, que acontece de 3 a 5 de abril no Centro de Convenções Rebouças, Pinheiros, São Paulo, e palestrará no painel O amanhã te assusta? Como inovar saindo da intenção aos resultados?. Conhecido por trabalhar na geração de conteúdos voltados para o empreendedorismo, inovação, carreira e tecnologia, ele vê na educação empreendedora uma ferramenta de promoção e desenvolvimento social.
“Toda vez que você dá para as pessoas um ensino, a capacidade, visão e estratégia de como criar negócios, você permite que haja um movimento em toda a sociedade. Cada novo negócio gera uma onda de impacto ao seu redor, então quando alguém tem uma ideia e cria uma empresa, essa pessoa movimenta funcionários, famílias, fornecedores e clientes, e aquilo vai gerando uma onda de coisas positivas que faz com que, de fato, vejamos uma evolução em diversos níveis”, conta Junior.
Junior Borneli sabe que o educador tem um papel fundamental para a formação humana dos estudantes, porém enfatiza que não se pode descartar a tecnologia como um caminho para inovar na educação básica. “Sabe quando uma criança tem sempre a tendência de ficar botando o dedo na tomada? Se dentro de casa você tampar as tomadas e fingir que elas não existem, quando a criança for na rua e ver uma tomada, ela vai colocar o dedo, porque não sabe o efeito que aquilo causa. Então não dá para ignorar a inteligência artificial [ou outras ferramentas digitais], mas dá para aprendermos a conviver com ela”, aponta.
Outro ponto levantado por Borneli sobre como inovar é o de se atentar às mudanças que estão acontecendo no mundo. Ele já visitou diversos países e acredita que o modelo de ensino da educação básica precisa começar a mudar. “Os chineses, por exemplo, ensinam inteligência artificial na educação básica há anos — um dos motivos pelo qual eles são um dos três países mais avançados nesse tema, preparando seus jovens para o mundo de hoje. Precisamos aprender com os exemplos que vêm de fora do Brasil. Existe uma necessidade de se rever o enrijecimento das normas, das regras e dos nossos modelos, para que o professores e as escolas possam serem mais criativos e terem mais liberdade”, defende Junior.
“Toda vez que encontramos novas maneiras de estimular as crianças e os jovens conforme os estímulos que eles têm fora da sala de aula, conseguimos dar um passo além, trazer outras maneiras de aprender. Então no final do dia é tudo sobre mudança de modelo mental. Se eu continuo fazendo as coisas sempre iguais, vou continuar gerando sempre os mesmos resultados, mas se eu me permito fazer de um jeito diferente, posso criar novos caminhos e gerar mudanças positivas”, conclui Junior Borneli.
Saiba mais sobre o evento de educação GEduc clicando aqui. Acontece de 3 a 5 de abril, em São Paulo.
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