NOTÍCIA
Pelo menos desde 2015 o Instituto Ayrton Senna, instituição de quase 30 anos, tem fortalecido esse tema junto a educadores e estudantes
Ano que vem, o Instituto Ayrton Senna (IAS) completa 30 anos de atuação em prol de uma educação pública que olhe “o indivíduo como um ser completo, desenvolvendo diversas habilidades”, conta Ewerton Fulini, vice-presidente do IAS. Os inúmeros e reconhecidos projetos fizeram a entidade ser a homenageada do Prêmio Top Educação 2023, iniciativa da revista Educação.
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O Instituto já atuou em todos os estados em mais de três mil municípios. Na pandemia, o comprometimento com a saúde mental dos educadores e estudantes se intensificou, inclusive com uma pesquisa alarmante em São Paulo. Confira, a seguir, uma entrevista com Ewerton Fulini.
Desde o início, o Instituto Ayrton Senna se destacou com projetos de gestão de política educacional, correção de fluxo, alfabetização, educação pela arte e pelo esporte, formação de leitores, entre outros. Em todas essas iniciativas, o Instituto já promovia uma educação que olhasse o indivíduo como um ser completo, desenvolvendo diversas habilidades, o que chamamos de educação integral. Devido à nossa experiência prévia na prática e os novos desafios que seriam enfrentados pelos estudantes no século 21, mostrou-se urgente entender mais sobre as competências socioemocionais e como elas poderiam ser desenvolvidas na escola como um direito de todos.
A partir de 2015, essa atuação com o desenvolvimento socioemocional foi expandida ainda mais, momento em que aprofundamos nossa produção de conhecimento sobre o assunto e criamos um laboratório de inovação, que passou a embasar cientificamente e ativamente todas as nossas ações e soluções educacionais.
Nesse campo, o Instituto Ayrton Senna foi um dos pioneiros no Brasil a defender que o desenvolvimento das competências socioemocionais de forma articulada com as habilidades cognitivas e com todos os potenciais humanos capazes de serem desenvolvidos via políticas públicas é a chave para a promoção da educação integral.
Por isso, desenvolvemos uma matriz de competências socioemocionais e diversos estudos sobre o assunto, desenhamos formações de professores com base em evidências e disseminamos esses conhecimentos para escolas e toda a sociedade.
A avaliação realizada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e o Instituto Ayrton Senna contou com a participação de 642 mil alunos no âmbito do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) e mostrou que dois de cada três estudantes do 5º e 9º ano do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio da rede estadual relatam sintomas de depressão e ansiedade. O estudo permitiu analisar a evolução do desenvolvimento de competências socioemocionais, saúde mental e violência no contexto da pandemia.
Do grupo avaliado, um em cada três estudantes afirmou ter dificuldades para conseguir se concentrar no que é proposto em sala de aula, outros 18,8% relataram se sentir totalmente esgotados e sob pressão, enquanto 18,1% disseram perder totalmente o sono por conta das preocupações e 13,6% afirmaram a perda de confiança em si, o que são considerados sintomas de transtornos de ansiedade e depressão. A avaliação mergulha nos danos severos à educação causados pela pandemia e reforça o desenvolvimento socioemocional como mola propulsora para a aprendizagem e outras conquistas ao longo da vida.
A análise dos dados ainda revela a importância direta das competências socioemocionais para o aprendizado e o seu impacto em outros aspectos que afetam a aprendizagem indiretamente, como saúde mental, violência e estratégias de aprendizagem, conforme será visto a seguir.
Com base nesses resultados, e tantos outros que a literatura sobre o tema nos mostra, é fundamental que o tema seja abordado nas escolas, garantindo que os estudantes recebam apoio no desenvolvimento do seu socioemocional.
Mais informações: clique aqui.
O aniversário de 30 anos do Instituto é o marco de três décadas na realização de um sonho — o sonho do piloto e ídolo nacional Ayrton Senna em transformar o Brasil ao oferecer a todos as oportunidades para o desenvolvimento de seu potencial pleno. Esse sonho, que encontrou como causa a educação integral e de qualidade, se materializa com a fundação do Instituto e com a transformação de milhões de vidas transformadas.
Os 30 anos são uma oportunidade para celebrar o legado de Ayrton e do próprio Instituto por meio de todas as histórias que integram esse período. Durante todo o ano, nossas ações de celebração deste marco irão comemorar o legado, transformação e mudança promovidos pelo Instituto, contando as histórias que fizeram parte dessa trajetória que já atendeu, ao longo desses quase 30 anos, mais de 36 milhões de crianças e jovens em todo o país.
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