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Carolina Luvizoto, da Faber-Castell, fala da importância das artes para desenvolver habilidades que estimulem a interação entre os alunos
Um dos caminhos para as competências socioemocionais estarem no ambiente escolar é por meio do componente curricular de artes, como a dança, teatro, música, artes visuais, etc. Carolina Luvizoto, gerente de educação e responsável pelos programas educacionais da Faber-Castell, enfatiza que o trabalho com as artes na aprendizagem socioemocional pode ajudar a desenvolver habilidades expressivas, garantindo no processo de aprendizagem a empatia, colaboração e integração, pois os estudantes normalmente possuem mais interação entre seus pares.
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No ambiente escolar, os estudantes passam por diversas experiências e vivências e suas emoções estão sempre presentes nesse processo de aprendizagem. A pauta socioemocional vem sendo discutida há alguns anos, mas com o isolamento socia decorrente da pandemia, a necessidade de a escola trabalhar temas relacionados à saúde mental e inserir as competências socioemocionais no dia a dia se tornou necessária.
Um dos caminhos para o desenvolvimento das competências das socioemocionais fazerem parte do ambiente escolar é por meio do componente curricular de artes, como a dança, teatro, música, artes visuais, etc. Carolina Luvizoto, enfatiza que o trabalho com as artes na aprendizagem socioemocional pode ajudar a desenvolver habilidades expressivas, garantindo no processo de aprendizagem a empatia, colaboração e integração, pois os estudantes normalmente possuem mais interação entre seus pares.
Também é possível “olhar para as práticas artísticas como um contexto que puxe os jovens a fazerem uma interpretação de alguma cena de um filme, de um teatro, ou mesmo de uma interpretação de algum livro específico com alguma cena que remeta, por exemplo, a questões sociais. Trazendo para a discussão essa responsabilidade de pensar e agir de uma forma mais consciente em relação à sua própria atitude”, explica.
Carolina Luvizoto falará hoje, 14, sobre a importância das artes para o desenvolvimento socioemocional no evento Socioemocional na Escola, promovido pela revista Educação. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre gestores e coordenadores da educação básica. O evento acontece na Fecap, em São Paulo. Clique aqui para mais informações sobre o evento.
Por conta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a aprendizagem socioemocional é obrigatória nos currículos escolares. Nesse processo, a escola possui liberdade para desenvolver habilidades como empatia, criatividade, foco e responsabilidade, entre outras.
Não existe uma fórmula única para se trabalhar com as habilidades socioemocionais, assim como também não existe um único meio de avaliá-las. Na relação entre o componente de artes e o socioemocional, Carolina apresenta formas que os educadores podem avaliar os estudantes, como a utilização do processo de autoconhecimento e autoavaliação.
“Mais do que conceitualmente pedir para os professores avaliarem os alunos, a partir de situações problemas ou das vivências que tiveram em sala de aula, vale pedir que as crianças se autoavaliem: ‘você ficou mais calmo enquanto você fazia essa atividade? Sentiu vontade de interagir com outras crianças? Como foi para você?’”, orienta.
Para Carolina Luvizoto, esse processo também ajuda, inclusive, a lidar com crianças mais tímidas, possibilitando aos educadores conhecerem seus estudantes a fundo. “Quando a criança está sozinha com ela mesma fazendo uma autoavaliação ela reflete: ‘ah, eu me senti bem fazendo isso aqui com meu colega’ ou ‘eu não me senti bem’. [nesse caso] Vamos olhar para isso? Por que essa criança não se sentiu bem?”, indaga.
São diversos pontos que ainda devem ser pensados, estudados e avaliados quando se trabalha com a aprendizagem socioemocional na escola. Neste quesito, Carolina Luvizoto destaca três frentes para serem levadas em conta: primeiro, é inegável falar e agir sobre socioemocional; segundo, é essencial integrar as competências no currículo — o componente curricular de artes pode ser um caminho; e por último, garantir a integração da comunidade escolar no processo.
“Não adianta levarmos para a escola uma proposta de desenvolvimento de competências socioemocionais se o restante da comunidade escolar não sabe lidar com essas questões. Os professores e alunos são o foco central das ações que a gente faz, mas as famílias, gestores e, inclusive, equipe que trabalha na escola precisam estar envolvidos. Por vezes a gente vê indicativos de questões de bem-estar na escola não estarem bem, por exemplo, no banheiro. A equipe de limpeza precisa estar preparada para as situações que encontrar ao limpar os banheiros e relatar ao time de gestão”.
Carolina finaliza com a seguinte reflexão direcionada a gestores e educadores: “como garantir que a comunidade escolar inteira esteja de mãos dadas nesse processo para efetivar o desenvolvimento socioemocional?”.