Além do bem-estar físico e mental, a prática esportiva tem papel fundamental no desenvolvimento educacional de crianças e jovens
O esporte desempenha um papel fundamental no desenvolvimento físico, mental e social das crianças e jovens — isso, todos já sabem. Mas além dos benefícios óbvios para a saúde do corpo e da mente, a prática esportiva tem uma relevância significativa no processo educacional.
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O esporte pode ser uma ferramenta poderosa para aprimorar a educação de forma abrangente e para desenvolver competências socioemocionais, tema tão relevante e urgente nas discussões atuais de todos os agentes do ecossistema educacional.
Diversas pesquisas em todo o mundo demonstram que os benefícios do esporte vão muito além do bem-estar físico e do desenvolvimento de habilidades como coordenação motora, fortalecimento dos ossos e muscular e prevenção ao sedentarismo.
A atividade esportiva é uma excelente maneira de aliviar o estresse, reduzir a ansiedade e combater a depressão. Além disso, ao enfrentarem desafios esportivos, as crianças e jovens aprendem a lidar com a pressão, desenvolvem resiliência e descobrem maneiras saudáveis de entender a derrota.
Mas é na educação que os benefícios se apresentam ainda mais relevantes. Pesquisadores brasileiros têm demonstrado que a prática regular de esportes pode melhorar o desempenho cognitivo dos jovens e, consequentemente, influenciar positivamente o aprendizado em sala de aula. A estimulação física e mental proporcionada pelo esporte favorece a neuroplasticidade e o desenvolvimento de habilidades cognitivas importantes.
Estudos do Instituto Esporte & Educação, fundado pela ex-atleta olímpica e atual ministra dos esportes Ana Moser, destacam que crianças e jovens que praticam esportes tendem a apresentar melhores índices de frequência escolar e menor taxa de evasão, demonstrando uma relação positiva entre o esporte e o comprometimento com a educação formal.
Já levantamentos feitos em todo Brasil em comunidades carentes mostram que o esporte pode ser uma ferramenta poderosa para promover o engajamento escolar e reduzir a vulnerabilidade social, pois a participação em atividades esportivas proporciona sensação de pertencimento a um grupo, melhora a autoestima dos jovens e aumenta a motivação para buscar um futuro mais promissor por meio da educação.
Um exemplo é o de Hanah Rebecca Pó, de 13 anos, de Vinhedo, SP. A jovem começou a praticar karatê aos cinco anos para vencer a timidez e sentir-se mais segura. Estudante de uma escola pública municipal, a lutadora seguiu treinando, conquistando troféus e medalhas e descobriu no esporte um propósito e uma missão. Vice-campeã sul-americana em 2023, conquistou o patrocínio da FTD Educação e uma vaga para representar o Brasil nos jogos Pan-americanos, no Chile, pela seleção brasileira de base, no final de agosto.
Assim como Hanah, milhares de outros atletas jovens precisam de apoio para seguir em busca de seus sonhos e para continuar trilhando um caminho que une esporte e educação, lado a lado, e que se reflete em toda a sociedade.
É responsabilidade de pais, educadores, empresas, governos e da sociedade em geral incentivar e apoiar a prática esportiva, garantindo que todas as crianças e jovens tenham a oportunidade de experimentar seus inúmeros benefícios e que possam se desenvolver como cidadãos, melhores e mais bem preparados para o futuro.