José Saramago (1922-2010) foi um escritor português, romancista, poeta e tradutor que trazia em suas obras críticas políticas e religiosas, além de defender o papel do ser humano para as soluções de problemas. Dentre suas obras mais conhecidas estão O evangelho segundo Jesus Cristo, que […]
Publicado em 16/11/2022
José Saramago (1922-2010) foi um escritor português, romancista, poeta e tradutor que trazia em suas obras críticas políticas e religiosas, além de defender o papel do ser humano para as soluções de problemas. Dentre suas obras mais conhecidas estão O evangelho segundo Jesus Cristo, que gerou polêmica por colocar o protagonista como um ser humano com vulnerabilidades, e Ensaio sobre a cegueira, que chegou a ser adaptado para o cinema.
Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1988, criou em 2007 a Fundação José Saramago. Hoje, 16, completaria 100 anos.
Em comemoração ao centenário de Saramago, confira o depoimento de Pedro Marques Bezzoco, professor de literatura do Colégio Marista São José Barra, no Rio de Janeiro, sobre as contribuições que o autor deixou para a sociedade.
O nome de Saramago, assim como outros grandes nomes da literatura, me é familiar em lembranças da escola. Lembro-me vagamente das menções feitas a ele nas aulas de literatura. Anos depois, na faculdade de letras, tive mais contato com sua escrita por meio do Ensaio sobre a cegueira, e a partir daí, comecei a estudar mais suas características literárias e a entender o tamanho da contribuição que ele teve para a arte literária.
———
Leia: Edgar Morin e os saberes não curriculares
———
Sim, principalmente quando abordo a literatura portuguesa. Além disso, considero importante destacar a simpatia que ele tinha com o Brasil e a cultura brasileira. Menciono sempre a consciência social que sua escrita refletia.
Em um primeiro momento, os estudantes ficam impactados com a forma não convencional que Saramago pontuava seus textos. Somos moldados pela norma gramatical a seguir padrões muito bem estabelecidos, e quando nos deparamos com um autor que pontua apenas os finais de longos parágrafos, isso causa surpresa.
Creio que o encorajamento à expressividade, liberdade formal, quebra de paradigmas e uma escrita que reflete uma profunda análise social são aspectos da escrita de Saramago que são dignas de serem ressaltadas. São lições muito importantes para os dias atuais e para a literatura contemporânea