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Autor

Laura Rachid

Publicado em 10/09/2021

Débora Garofalo, nova colunista da Educação, quer difundir uma aprendizagem significativa

Entre os 10 melhores professores do mundo, Garofalo consolida seu reconhecimento ao se tornar agente pela transformação educacional, pautada na escuta ativa e tecnologia social

O projeto de robótica com sucata da Escola Municipal Almirante Ary Parreiras, no bairro Cidade Leonor, periferia da capital paulista, tornou-se política pública e hoje atinge 5 mil 130 escolas estaduais de São Paulo. Débora Garofalo lecionava na escola quando, em 2019, teve seu projeto reconhecido ao ficar entre os 10 melhores professores do mundo na premiação Global Teacher Prize, considerado o ‘Nobel da Educação’ – e foi ainda a primeira sul-americana a chegar a uma final.

Com a indicação, a professora ganhou espaço no Brasil para divulgar seu projeto e desde então se tornou símbolo de inspiração para educadores de todas as regiões do país, principalmente da rede pública. Atualmente, é coordenadora do Centro de Inovação da Educação Básica Paulista (Ciebp) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que visa democratizar e potencializar, sobretudo, a inovação entre professores e alunos.

Leia: Cultura da aprendizagem

Na próxima terça, 14, Débora Garofalo estreia como colunista mensal aqui no site da Educação. Em seus artigos pretende apontar, com seu olhar de professora, caminhos para a transformação, que segundo ela podem estar no jeito e na abordagem de cada educador, por exemplo. “Vou falar de educação 5.0, uma vez que estamos sim vivendo uma revolução. O futuro é agora porque os estudantes estão sentados na sala de aula e merecem que façamos a contextualização desse mundo moderno. Também vou falar de ensino hibrido, metodologias ativas, além de alfabetização e inclusão”, explica.

Débora Garofalo

Débora Garofalo, novo colunista da Educação (foto: arquivo pessoal)

Escuta ativa

Garofalo sabe que transformar a educação não é do dia para a noite. Contudo, suas experiências mostram que é possível. Para isso, aconselha o professor a manter uma escuta ativa.

“O primeiro passo é ouvir os estudantes. Como professor, sonhamos o melhor para eles e nesse processo precisamos incluir também as dificuldades do território educativo e que foge da comunidade escolar, atingindo quem reside próximo do entorno. É um trabalho cultural…e como trazer o estudante para perto de você? Dando oportunidade, que participe e construa um plano de ação”, aponta Débora Garofalo.

Leia: O que muda com a Base Nacional de Formação dos Professores

Produtor e não consumidor

A tecnologia não pode ficar fora dos debates educacionais, alerta Garofalo, que como adiantado, abordará o tema por aqui. “Tecnologia tem que ser vista como percussora e não fim. Oportunizar uma cultura maker acessível para todos e potencializar vivências que envolvam as mãos, mas também habilidades como pensamento crítico e assim desenvolver de maneira completa o aluno”, coloca.

Outro benefício que ela enxerga é a promoção da educação interdisciplinar, feita muitas vezes de forma natural pelos estudantes.

“Com a tecnologia mão na massa, cultura maker, o professor consegue fazer ligações e ir além, porque o estudante tem capacidade de lidar com problemas e trabalhar outras atividades entendendo que não é consumidor da tecnologia, mas produtor.”

Escola como ambiente potencializador

Sobre seu cargo na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, detalha que o Ciebp é o primeiro centro integrado da rede estadual para democratizar a tecnologia – a inauguração do primeiro ambiente ocorreu no final do ano passado, na Escola Estadual Professora Zuleika de Barros Martins Ferreira, na Pompéia, mas atenderá toda a rede estadual de SP. O Centro de Inovação fica dentro das escolas para facilitar o acesso e vai desde pensar projeto a colocar ele de pé utilizando materiais hitgh tech como impressora laser 3D. As atividades podem acontecer no horário da aula e fora, sempre com um professor acompanhando. É um espaço pensando para professores e estudantes aprenderem uns com os outros”, diz.

Em resumo, segundo a Secretaria de SP, o novo ambiente pode atender até 1.200 pessoas por dia e possui seis salas para atividades com robótica, jogos digitais e ideação de projetos. Há ainda um estúdio de prototipagem, sala maker outras práticas.

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