NOTÍCIA

Formação docente

Boa formação docente inclui teoria e prática, mas também humanização e constância

A portuguesa Sandrina Esteves e a brasileira Débora Vaz falam da importância do preparo dos professores. Elas dividirão um painel do GEE, nesta terça, 10, às 17h15. Para esquentar o evento, confira nesta matéria considerações das duas educadoras

Publicado em 09/08/2021

por Luciana Alvarez

formacao-docente-gee Sandrina Esteves à esquerda e Débora Vaz à direita estarão juntas no GEE 2021

Separadas por um oceano, unidas por uma história comum, a educação brasileira e a portuguesa se distanciam na formação docente inicial, mas se aproximam pelo reconhecimento da necessidade constante de aperfeiçoamento e humanização.

Coordenadora da licenciatura em educação básica do Instituto Superior de Ciências da Educação de Lisboa, Portugal, Sandrina Esteves prepara novos profissionais segundo critérios bem diferentes do brasileiro. No país, é preciso o grau de mestre para exercer a docência. Mas se trata de um mestrado profissionalizante, bem diferente de um acadêmico, voltado para pesquisa. Dessa forma, um professor português hoje passa por uma licenciatura de três anos, durante a qual se prepara do ponto de vista científico e teórico. Nos dois anos de mestrado, o enfoque são as intervenções na sala de aula e as didáticas.

(Sandrina Esteves e Débora Vaz no Grande Encontro da Educação, em 10 de agosto, às 17h15, painel O que o mundo está aprendendo. Inscrições gratuitas: clique aqui)

Há uma grande lição da formação inicial, contudo, que precisa existir em qualquer lugar: saber que é sempre possível melhorar.

“Digo aos meus alunos: uma das coisas mais importantes para levar à vida profissional é a capacidade para investir continuamente em sua aprendizagem. O que eles certamente vão encontrar são constantes novos desafios”, afirma Esteves.

formação docente

Sandrina Esteves à esquerda e Débora Vaz à direita estarão juntas no GEE 2021

Obstáculos que se tornam aprendizados

Para a coordenadora, a necessidade de se promover um ensino remoto durante a pandemia é uma prova cabal de que esses novos desafios, normalmente imprevisíveis, fazem parte da rotina do magistério. Mas nem é preciso de algo tão dramático para o professor precisar de novas ferramentas, defende Sandrina Esteves. Pode ser algo muito mais prosaico, como ser transferido para outra escola, em que os estudantes vêm de um contexto social diferente do anterior.

O que a pandemia trouxe de maior aprendizado, acredita a coordenadora, foi a necessidade da troca humana presencial na educação das crianças. “As escolas funcionaram com estratégias e práticas distintas, de reuniões de 30 minutos com o professor, a encontros de quatro horas no Zoom. Mas fomos todos privados do contato humano, da ligação direta. De nenhuma forma, não nos chega ensinar online. A pandemia veio nos mostrar o quão importante é o componente tecnológico, mas ainda mais a criação de laços de afetividade.”

Leia também: A incessante busca pela inovação

Formação docente constante é fundamental

A responsabilidade da formação contínua cabe sim aos professores, mas também aos governantes e às próprias escolas, afirma Débora Vaz, diretora pedagógica do Colégio Santa Cruz, localizado em São Paulo. “A formação inicial é um momento importante na vida do educador, mas professores e escolas têm que investir na contínua. Ela sempre foi necessária, mas na pandemia, ficou ainda mais evidente”, afirma. Segundo a coordenadora, toda escola deveria se estruturar tanto para oferecer formações, fazer parcerias com institutos, e para encorajar que os próprios professores busquem seus caminhos de aperfeiçoamento.

A diretora do Santa Cruz acredita que a formação contínua tem sempre que aliar teoria e prática, de forma reflexiva. “O educador português António Nóvoa diz que a avaliação é o trabalho de se pensar no trabalho. Eu vejo que também a formação contínua é o trabalho de se pensar no trabalho. Ela tem que se conectar nos fazeres cotidianos e se apoiar nos saberes pedagógicos teóricos”, diz Vaz.

Ela cita que, na escola, por causa da pandemia, houve necessidade de oferecer algumas formações pontuais, técnicas, para o ensino combinado. “Mas ainda assim estamos falando de aspectos complexos do ensino, como a avaliação, se os alunos estavam tendo aprendizagens significativas, quais as possibilidades de ações do professor”, completa.

Serviço

O que o mundo está aprendendo

Com Sandrina Esteves e Débora Vaz, mediação da jornalista Marta Avancini

Data e horário: 10 de agosto, às 17h15

Gratuito

Inscrições para garantir certificado:  www.grandeencontrodaeducacao.com.br

Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=tOJMQV4ICfQ

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Autor

Luciana Alvarez


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