NOTÍCIA
Especialista explica a importância de um profissional com olhar mais integrado para a readaptação dos estudantes que passaram mais de um ano fora da sala de aula
Publicado em 31/08/2021
É inegável que houve atraso na aprendizagem dos alunos por conta do isolamento social forçado pela covid-19. “Para os menores, é como se tivesse que começar tudo de novo. A criança que está no ensino infantil não se lembrava mais de como era estar naquele ambiente. Muitas delas precisaram e estão se readaptando “, diz Ana Maria Damiani, coordenadora da pós-graduação em psicopedagogia da Universidade Anhembi Morumbi.
E o problema vai além da necessidade de se adaptar novamente, segundo a docente. “Encontraremos, com certa frequência no ambiente acadêmico, neste momento da volta às aulas presenciais, alunos com dificuldades ou transtorno de aprendizado, com baixo rendimento escolar, baixa autoestima, dificuldade de interação e comunicação e, como consequência, desenvolverão ansiedade, depressão e dificuldades para se relacionar”, enfatiza.
Leia: Professores: saúde mental fragilizada e a desvalorização como regra
Diante desse cenário é imprescindível que as escolas estejam preparadas com profissionais aptos a acolherem esses alunos. Nesse momento, a figura do psicopedagogo é de suma importância, defende.
“Ele é o profissional habilitado para identificar e intervir sobre todas estas dificuldades, síndromes e deficiências e, a partir dessa análise, trabalhar em conjunto com professores e coordenadores, buscando estratégias para a readaptação e inclusão do aluno em sala de aula, possibilitando o desenvolvimento de suas competências, habilidades, criatividade e ritmos, respeitando suas limitações e a individualidade de cada ser humano”, explica Ana Maria.
A psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas deles decorrentes. Atuando em diferentes espaços, o psicopedagogo busca trabalhar com um grupo multidisciplinar que contribuirá para a superação. Este trabalho é feito por meio de observação e estratégias desenhadas e coordenadas com o objetivo de entender a forma como questões adversas interferem nos processos cognitivos de cada um.
Boa formação docente inclui teoria e prática, mas também humanização e constância