NOTÍCIA
Para além de dialogar com as novas gerações, recursos tecnológicos estão cada vez mais aprimorados também ao detectar lacunas de aprendizagem de cada aluno
Publicado em 12/08/2021
Entre os inúmeros potenciais da tecnologia está o de auxiliar a saltar etapas no desenvolvimento educacional, como é o caso das plataformas adaptativas, que identificam as insuficiências de aprendizagem dos alunos. Basta imaginar uma sala de aula: nela é natural que existam alunos de diversos perfis e ritmos, em que uma aluna caminha exatamente com a professora, mas outro travou no conteúdo de dias atrás.
É por isso que Claudia Costin enxerga a importância de um processo de ensino coletivo e também personalizado. Ela é professora universitária na FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas) e Harvard, EUA, e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (CEIPE) da FGV.
“As plataformas adaptativas não substituem os professores. São instrumentos poderosos nas mãos de um educador que não poderá personalizar o processo de ensino em uma sala de 40 alunos. Sozinho, por meio de provas escritas, é inviável identificar exatamente onde está cada estudante”, alerta Costin.
Criado em 1943, o Colégio Stella Maris, de Curitiba, Paraná, é adepto dessas tecnologias. Jacqueline Daraia, diretora da unidade Juvevê, conta que utilizam os recursos da edtech Plataforma A+ e que para as aulas online, impostas pelo isolamento social, estão sendo decisivos para a continuidade com qualidade.
“Com o apoio da Plataforma podemos acompanhar o aluno de forma integral por meio de relatórios personalizados, que consideram tempos de avaliação e revelam se o estudante está presente nas aulas e se está interagindo com o professor. Avaliações, informativos, documentos, tudo fica armazenado e nada se perde”, garante. Ela sente que traz tranquilidade ao detalhar o que está acontecendo com o aluno mesmo quando ele está distante fisicamente.
A virada do ensino presencial para o online por conta da covid-19 foi feita ano passado em apenas 48 horas no Colégio Physics, de Belém, Pará, parceiro da Plataforma A+ desde 2019. Ou seja, já tinha familiaridade com as tecnologias educacionais e o ambiente virtual de aprendizagem da edtech foi crucial, inclusive para o reconhecimento do colégio na região.
“O Physics foi a única escola do estado do Pará a conduzir aulas em tempo real, tanto que acabamos recebendo cerca de 200 alunos da educação básica que migraram de outras escolas”, conta o diretor Adriano Souza de Oliveira.
Hoje, 30% das famílias optaram pelo método totalmente online e há alunos morando em outras regiões. “Uma de nossas famílias está em Brasília, mas já confirmou que o filho continuará os estudos no Physics no formato a distância”, assegura o diretor.
Além das ferramentas pedagógicas, o Physics contou também com o apoio das ferramentas de gestão da Plataforma A+, como a Matrícula+. A solução reforçou o ciclo de captação de alunos e permitiu que as famílias garantissem matrículas e rematrículas na segurança de casa. “Assim como para as aulas, nesse período foi fundamental ter opções para realizar todos os processos escolares de forma online”, comenta Oliveira.
Leia: Tecnologia na educação vai além de oferecer uma ferramenta
Sobre os benefícios da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem, a análise de dados não pode ser deixada de lado. É o que reforça Alexandre Sayão, CEO da Plataforma A+.
“A tecnologia possibilita que o professor conheça mais os alunos por meio dos dados. Cada interação utilizando tecnologia gera história: apresenta formatos que engajam mais, o tempo de estudo, se aprende mais com texto ou vídeo. São dados sendo gerados que ajudam o professor com as lacunas e em como lidar com o problema”, pontua Alexandre Sayão.
As startups têm em seu conceito a missão de criar soluções inovadoras para o seu público, no caso das edtechs, para a área educacional. Alexandre Sayão acha positiva a cultura desse mercado de primeiro focar as soluções oriundas de necessidades reais para depois propor algo mais específico e sem a pretensão de construir um grande produto.
Contudo, ele defende que os profissionais que compõem uma edtech devem ter experiência ou conhecerem a fundo a área da educação e assim oferecerem soluções prioritárias, no lugar, por exemplo, de um bebedouro inteligente em que a água é liberada por aproximação. “O produto é legal, mas não é a principal demanda”, diz.
Mas claro, ele sabe da importância do olhar inovador em um setor tradicional e com práticas ainda muito analógicas. “As escolas precisam de inovação, mentalidade um pouco mais voltada para entregas rápidas, busca de feedback, testar e pilotar. Porque a escola ainda está ganhando velocidade nesse mundo de tecnologia do século 21 em que tudo acontece muito rápido.” Sayão defende o diálogo entre a parte tradicional escolar e a inovação da edtech. “O processo precisa ser gradual. Entender os primeiros resultados e gradualmente levar a novas soluções”, orienta.
Foi a partir de demandas reais das escolas que a Plataforma A+ desenvolveu seu ecossistema de soluções, com foco na utilização de dados para acompanhamento do engajamento e desempenho dos alunos em tempo real. “Seja no processo de ensino e aprendizagem ou na gestão escolar, oferecemos soluções para apoiar as escolas de forma integral. Enquanto o Estuda+, nosso LMS, o Escreva+, o Leia+, o Aula+, o A+ Bilíngue, o A+ Trilhas do Ensino Médio e o A+ Educação Financeira são ferramentas com foco pedagógico, o Matrícula+ e o Agenda+ são direcionados à gestão escolar, resolvendo duas grandes dores das escolas: a burocracia da matrícula e a comunicação com as famílias”, explica Sayão.
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