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Pandemia mudou comportamento de 94% dos jovens

34% perderam interesse pela escola, 56% ganharam peso, 44% se sentiram tristes e 38% tiveram medo. Já 34% afirmaram que a quantidade de comida foi menos que o suficiente, aponta pesquisa da Fundação Lemann e Instituto Natura

Publicado em 02/08/2021

por Redação revista Educação

pandemia-efeito-jovens (Foto Ketut Subiyanto no Pexels)

Onde e como estão as crianças e adolescentes enquanto as escolas estão fechadas? é uma pesquisa feita pelo Datafolha a pedido da Fundação Lemann e Instituto Natura divulgada recentemente. Chama atenção que as meninas apresentam maiores mudanças de comportamento como aumento de peso, dormem mais, ficaram mais tristes, mais quietas, mais nervosas e com mais medo que os meninos.

Leia: Quase metade dos jovens já cogitou parar de estudar durante a pandemia

A pesquisa ouviu 1315 responsáveis por mais de 2.100 crianças e adolescentes (de quatro a 18 anos) matriculados na rede pública ou fora da escola, de todo o Brasil. Também foram entrevistados 218 com idade entre 10 e 15 anos. O levantamento foi feito entre 16 de junho e 7 de julho de 2021.

Da faixa dos 10 a 15 anos, 75% dizem sentir falta das aulas presenciais ou de algum professor e 60% sentem falta do convívio social e dos amigos.

jovens pandemia

Pesquisa Onde e como estão as crianças e adolescentes enquanto as escolas estão fechadas?

Segurança alimentar

Outro impacto da pandemia é a insegurança alimentar: 34% das famílias afirmaram que a quantidade de comida foi menos que o suficiente. Nesta questão, as desigualdades aparecem na pesquisa de forma contundente. Enquanto 46% das famílias no Nordeste apontam insuficiência na quantidade de comida, no Sul cai para 18%. Entre os que relataram insuficiência de alimentos, 63% são pretos e pardos, 63% das famílias ganham até um salário mínimo e 66% afirmaram que alguém dentro de casa perdeu emprego ou renda na pandemia.

O Datafolha também mostrou que as refeições das crianças e adolescentes eram melhores antes da pandemia. A avaliação da alimentação como “ótima ou boa”, por parte dos responsáveis, caiu de 81% no período anterior à pandemia para 74% hoje; “regular” aumentou de 16% para 23%; e “ruim” se manteve estável em 2%.

Leia: Na mochila, desilusões e incertezas

pandemia jovens

(Foto Ketut Subiyanto no Pexels)

Pandemia, jovens e matrículas

A pesquisa mostrou que 3% das crianças e adolescentes não estão matriculados na escola. Desses, 32% afirmaram não estar na escola por conta da pandemia e outros 32% afirmaram não encontrar vaga na rede pública de ensino. Além disso, 62% das crianças fora da escola têm entre 4 e 6 anos.

Além disso, também chama a atenção a diferença regional na reabertura das escolas. No geral, 34% das escolas reabriram no país, segundo os pais e responsáveis. Na região Sul, esse número sobe para 62%, enquanto na região Centro-Oeste, cai para apenas 8%. O acesso à internet também se mostrou bastante desigual entre as regiões e a renda das famílias. Enquanto a média geral mostra que 54% têm banda larga em casa, nas casas com menor renda esse número é de 41%. Regionalmente, o Nordeste tem 43% de famílias com acesso à banda larga contra 68% do Sul.

Sonhos, pandemia e jovens

Outro ponto importante levantado pelas crianças e adolescentes foi o que vem daqui para a frente, pois 66% acreditam que terão o futuro muito ou um pouco prejudicado por conta da pandemia. E não só o futuro, mas os sonhos dos jovens também foram colocados em xeque. 40% sonhavam com profissões antes da covid-19 e, agora, esse número caiu para 37%. Também surge uma nova variável depois da crise: 17% afirmaram que seu sonho é que a pandemia acabe.

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Redação revista Educação


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