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Mulheres na educação: da representatividade à relevância

Em artigo, CEO da International School fala da necessidade de reconhecer o potencial do sexo feminino rumo à igualdade de gênero — assunto que, no futuro, ele espera ser superado

Publicado em 06/03/2020

por Redação revista Educação

Virginia Garcia_MilenaHanna_Ulisses Cardinot_Ana Macitelli-2_ Pequena parte da International School: Virginia Garcia, MilenaHanna, Ulisses Cardinot e Ana Macitelli (foto: divulgação)

Por Ulisses Cardinot*

Ao longo da história, inúmeras empresas alcançaram grandes fortunas fazendo exatamente o oposto do que pregavam, sendo pouco – ou nem um pouco – cobradas pelo público por tal contradição. Na era das mídias sociais, a possibilidade de que ciclos como esse se repitam parece ser cada vez mais remota. É inegável que nunca lemos, ouvimos e escrevemos tanto sobre temas como inclusão, igualdade e tolerância. Por que, no entanto, esta percepção ainda não parece ser condizente com a realidade?

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Por que os inúmeros conteúdos produzidos ainda não foram inteiramente transformados em ações concretas? As perguntas acimas podem ser solenemente ignoradas ou abraçadas pelos empreendedores do século XXI. Ambas as escolhas são possíveis, mas somente uma delas representa o início de uma estrada verdadeiramente coerente com os valores que são publicamente defendidos pelos departamentos de comunicação das grandes companhias. A inclusão não é – ou ao menos não deveria ser – uma mera “opção”. No segmento da educação, tal certeza torna-se ainda mais cristalina.

Não seríamos nós, aqueles que escrevem, produzem e entregam livros didáticos, os primeiros que poderiam falar com autoridade sobre respeito, fraternidade e empatia? Será que as histórias vivenciadas pelos personagens dos materiais que distribuímos é o retrato fiel da prática corporativa que empregamos?

Na startup que fundei há dez anos, hoje, empresa, 60% dos nossos colaboradores são mulheres e ocupam cargos de gestão. Cerca de 71% dos cargos estratégicos são comandados por mulheres e 100% do C-levels são compostos por mulheres. Não queremos apenas a presença das mulheres. Queremos seu olhar, sua expertise, seu talento, sua contribuição, seus dons naturais. Celebrar a representatividade feminina é importante, mas, enquanto CEO, prefiro celebrar sua relevância. Acredito que estamos na “versão 2.0” da batalha por um mercado de trabalho verdadeiramente igualitário. Pois, após o alcance da representatividade, é preciso alcançar a relevância.

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Não cabe às empresas ostentar um determinado número de mulheres em suas equipes como um “troféu” ou “certificado de comprometimento com a causa”. É necessário que o talento individual de cada colaboradora resplandeça onde quer que ela esteja, independentemente de sua área de atuação. O Dia Internacional da Mulher se aproxima, e eu acredito que o maior presente que podemos dar às mulheres é reconhecer que esta é uma data meramente simbólica. Sua relevância é cotidiana. Sua imprescindibilidade será eterna.

Caminhamos – e, de nossa parte, educamos – para que, em um futuro próximo, artigos como estes tornem-se redundantes. Sonhamos com um futuro no qual a presença de mulheres no mercado não precisará mais ser celebrada ou aplaudida. Ela será apenas o que já deveria ser: reconhecida como primordial para o sucesso de qualquer empresa.

Ulisses Cardinot é CEO e fundador da International School, empresa que, há dez anos, oferece solução bilíngue a centenas de escolas em todo o Brasil.

mulheres na educação

Pequena parte da International School: Virginia Garcia, Milena Hama, Ulisses Cardinot e Ana Macitelli (foto: divulgação)

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Redação revista Educação


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