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Maratona estimula jovens a pensar soluções para a igualdade de gênero e o empoderamento feminino

Idealizado pelo Inova CPS, ‘Ideathon: empreenda menina’ aconteceu de forma gratuita na capital paulista e reuniu cerca de 40 garotas

Publicado em 07/10/2019

por Laura Rachid

meninas-solucoes-ods Meninas discutem ODS 5 durante maratona idealizada pelo Inova CPS (foto: divulgação)

A escola precisa falar sobre igualdade de gênero, afinal, no Brasil a cada dois minutos uma mulher é vítima de violência doméstica e 180 são estupradas por dia, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgados em setembro deste ano.

Que tal refletir com os alunos — e alunas — sobre o tema utilizando características de uma maratona empreendedora em que os participantes trabalham em equipe para criar uma solução? Foi com esse intuito e o de celebrar o Dia Internacional da Menina, comemorado em 11 de outubro, que o Ideathon: empreenda menina reuniu cerca de 40 meninas de 14 a 18 anos na Escola Técnica Estadual (Etec) Camargo Aranha, localizada na zona leste da capital paulista, no último sábado, 5.

Leia: Escola espanhola ensina meninos a cozinhar, lavar e passar roupas

Dessa forma, o evento gratuito e aberto para qualquer interessada aconteceu das 8h às 18h e foi promovido pelo Inova CPS, assessoria de inovação do Centro Paula Souza (CPS). O tema central do encontro foi discutir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 5, que trata sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino. Em síntese, existe 17 ODS que fazem parte da Agenda 2030 das Nações Unidas, que visa alcançar a igualdade, sustentabilidade e a paz planetária.

Após breves palestras sobre o tema, as participantes, em grupo, primeiro entenderam os problemas, pesquisaram sobre e depois indicaram alternativas. “A proposta é mostrar como é possível enxergar um problema e conseguir uma solução viável não apenas para o mundo do trabalho, mas para a vida. Utilizamos ferramentas que ativam a aprendizagem, como o Google Design Sprint”, conta Wellington Silva, agente regional do Inova CPS e um dos organizadores.

maratona para meninas

Wellington Silva explica que a ideia não é incentivar a competição. Tanto que todas as participantes ganharam medalhas (foto: divulgação)

Atividade de impacto

Sobretudo, para Michelle Tambroni, uma das palestrantes e coordenadora pedagógica de uma escola municipal de Guarulhos, trabalhar com os alunos no formato ideathon, que é similar a uma oficina, funciona muito bem. “Gera uma oportunidade de aprendizagem significativa ao trazer os contextos que cada participante vive”, explica.

“Já enquanto coordenadora, venho aprendendo a desconstruir alguns conceitos dos professores porque, muitas vezes, eles não conseguem ressignificar. Por exemplo, há uma dificuldade de entender que os ODS já estão em nosso currículo, como a proposta de formar seres humanos integrais. É realmente um trabalho de ressignificação”, afirma.

Deborah de Mari, presidente do Força Meninas, escola de liderança para meninas, também palestrou e contou que na transição da infância para a adolescência a jovem costuma perder a voz dentro de casa e até da sociedade, pois não se encaixa mais no perfil de criança, mas também não é adulta. Deborah se baseia em um estudo da Universidade do Sul da Califórnia o qual aponta que nesse período, a autoestima cai 30%, seguida da perda da voz/espaço.

Em resumo, os seguintes temas foram gerados pelas participantes (haviam alguns meninos): Trabalho doméstico – proposta para os direitos trabalhistas; Elas por elas, centro de apoio a vítimas de assédio no metrô; Menina – quem você quer ser, redes sociais com conteúdos para jovens se autoconhecerem e se valorizarem; Seja seu próprio padrão, aplicativo para apoiar a identidade de cada pessoa; Autoela, unidade móvel com psicólogos, médicos, empreendedores, advogados e demais especialistas voluntários que atenderão mulheres de baixa renda. Palestras e exames em meninas em escolas públicas também contemplam a ação e o Bem orientada, que atua nas questões que envolvem a saúde da menina.

Letícia Santos está no 3º ano do ensino médio de uma Etec voltada ao curso de informática. Além de ter sido aconselhada por um professor, ela resolveu participar porque gosta desses tipos de maratona. “Você saber que alguém gerou impacto é inspirador. E, por estar na área de informática, que é muito masculina, tento criar consciência. Esses eventos mostram que podemos criar soluções para os problemas e a única coisa que impede de alcançar essa solução é você acreditar ou não”, diz a estudante.

Agenda 2030

Michelle Tambroni durante sua palestra sobre a Agenda 2030 (foto: divulgação)

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Autor

Laura Rachid


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