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Arte e Cultura

Exposição gratuita e inédita de Sebastião Salgado destaca a disputa pelo ouro em Serra Pelada

As 56 imagens ficam expostas no Sesc Paulista até 3 de novembro deste ano

Publicado em 31/07/2019

por Laura Rachid

sebastiao-salgado-serra-pelada-2 Serra Pelada, Sebastião Salgado

Amazônia paraense, 1986. O cenário é a corrida pela busca do ouro na mina batizada de Serra Pelada, em que mais de 50 mil homens de diversos cantos do país e das mais variadas classes étnicas e sociais se aglomeraram em grandes formigueiros humanos. Esses momentos históricos estão eternizados nas fotografias em preto e branco do renomado fotojornalista mineiro Sebastião Salgado, e para a alegria de seus admiradores, expostas gratuitamente no Sesc Paulista na exposição que recebe o nome de Gold – Mina de Ouro Serra Pelada.
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Guardadas há 30 anos, das 56 imagens que compõem a exibição, 31 delas são inéditas e outras integram o livro Trabalhadores (ed. Companhia das Letras). Além disso, as fotografias também estão no livro recém-lançado pela editora Taschen que recebe o mesmo nome da exposição.

Sebastião Salgado Serra Pelada

Momento eternizado por Sebastião Salgado em 1986

O olhar de Sebastião Salgado

“O que dizer desse metal amarelo e opaco que leva homens a abandonar seus lares, vender seus pertences e cruzar um continente a fim de arriscar suas vidas, seus corpos e sua sanidade por causa de um sonho?”, indaga Salgado na apresentação da exposição. O fotojornalista ficou 33 dias em Serra Pelada,  considerada a maior mina a céu aberta do mundo e localizada atualmente na cidade de Curionópolis O ouro nessa região acabou uma década depois. Vale lembrar que o garimpo, principalmente o ilegal, é ainda hoje uma ameaça ao meio ambiente e às populações tradicionais que vivem na região, como os povos indígenas, que sofrem com invasões, assassinatos e doenças geradas pelo contato e pela contaminação do solo e consequentemente da água.
A febre do ouro da década de 80, retirou toneladas de minérios. A condição desses mais de 50 mil garimpeiros era precária e não era permitido mulheres. “O ouro é um amante imprevisível. Enquanto alguns garimpeiros afortunados partiram da Serra Pelada com dinheiro, compraram fazendas e empresas e nunca se sentiram traídos, outros, que encontraram ouro e pensaram que havia mais fortunas esperando por eles, acabaram, por fim, perdendo tudo o que tinham obtido. Com o amigo do meu pai aconteceu isso. Ele achou 97 kg de ouro, reinvestiu seus ganhos em novos lotes e equipes adicionais de peões para, no fim, deixar a mina de mãos vazias”, comenta o fotógrafo para o site do Sesc.
A exposição tem a curadoria e design de Lélia Wanick Salgado, responsável pela editoria e organização de todo o trabalho de Sebastião Salgado. Lélia é cofundadora da agência Amazonas Images e do Instituto Terra.
Gold – Mina de Ouro Serra Pelada fica em cartaz até 3 de novembro de 2019 e ocupa um andar inteiro do Sesc Paulista e possui um outro espaço reservado para ação educativa.

Serviço

Local: Sesc Avenida Paulista. Avenida Paulista, 119,
Contato: 3170-0800
Quando: terça a sábado, 10h às 21h30; domingo e feriados, 10h às 18h30. Até 3 de novembro
Valor: gratuito

Sebastião Salgado exposição Sesc Paulista

Garimpo de Serra Pelada, por Sebastião Salgado

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Autor

Laura Rachid


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