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Edição 259

Investimento na primeira infância traz retorno imensurável, defende Nobel da Economia

James J. Heckman esclarece a importância de uma educação infantil de alta qualidade para a melhoria da sociedade

Publicado em 29/07/2019

por Redacao

shutterstock_261554303_investimento_primeira_infancia_retorno Foto: Shutterstock

O investimento na primeira infância tem impacto positivo crucial na sociedade e na melhoria de vida dos favorecidos. Essa é a defesa do Nobel da Economia de 2000 e professor de economia da Universidade de Chicago, James J. Heckman.

Acima de tudo, nessa fase da vida, do zero aos cinco anos, o cérebro está maleável ao desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais. Com isso, o economista afirma que há um alto retorno financeiro para cada valor investido nas crianças, além do fato de os alunos desenvolverem habilidades como autocontrole e terem mais chances de conseguirem se colocar no mercado de trabalho.


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Contudo, Heckman pesquisou os dados do experimento Perry Preschool Project, realizado nos Estados Unidos, em 1962, e que dividiu 123 crianças em dois grupos: um com acesso à educação de alta qualidade e outro com pouco recurso educacional. O objetivo era descobrir se uma boa educação infantil influencia a vida pessoal e profissional dos alunos.

Impacto na infância

Recentemente, o ganhador do Nobel divulgou nova pesquisa com base nos estudos do Perry e, em entrevista à BBC News Brasil, relatou que o retorno para cada dólar investido na educação infantil acontece, principalmente, por conta da redução de crimes.

“Nós olhamos não para o QI, mas para as habilidades sociais e emocionais que os participantes demonstraram em etapas seguintes da vida, e vimos que o programa era, na verdade, muito mais bem-sucedido do que as pessoas achavam. Constatamos que os participantes tinham mais probabilidade de estarem empregados e tinham muito menos chance de ter cometido crimes.”

Ler para crianças tem um grande impacto no desenvolvimento delas, ainda mais se a atitude vier da família, defendeu o economista na entrevista.

Em resumo, vale destacar que o pesquisador critica as aulas expositivas e defende as metodologias ativas de ensino, que colocam o aluno como protagonista do aprendizado.

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