NOTÍCIA
Evento organizado pela revista Educação teve palestras sobre a nova Lei Geral de Proteção de Dados, fake news, metodologias ativas, aprendizagem criativa e muito mais
Com o tema A educação na era do Big Data, o Grande Encontro da Educação aconteceu em 17 e 18 de junho, no Centro de Convenções Rebouças, capital paulista e reuniu cerca de 400 participantes, entre eles, gestores, coordenadores pedagógicos e professores. A curadoria e mediação ficou por conta do jornalista Rubem Barros.
Com abertura do filósofo e historiador Lauri Cericato, o primeiro dia do evento teve a participação de Daniel Maia, gerente de programas acadêmicos da Microsoft Brasil, que falou sobre aprendizagem ativa e a importância das habilidades socioemocionais e ainda um momento de inclusão, quando o diretor da Mais Autonomia, Doron Sadka, apresentou o dispositivo OrCam, um aparelho de visão artificial para cegos que lê e reconhece pessoas.
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A democratização do conhecimento pela biotecnologia e biohacking foi outro destaque e que, em seguida, deu palco para Alex Frederico Dias, diretor da seguradora Mapfre, contar que o principal propósito da empresa está no desenvolvimento da sociedade. Dias mostrou um vídeo de caso real de uma família cuja escola tinha contrato com a Mapfre e que após a morte do marido acabou gerando apoio financeiro para mãe e filha.
O professor da ECA-USP, Eugênio Bucci, fez o público refletir sobre as fake news, alertando que esses tipos de informações falsas preocupam a todos pois desconectam os pactos sociais. Já o debate sobre O uso de dados no mundo educacional pode acontecer em várias dimensões teve a presença do Alexandre Garcia, CEO da Cel.Lep, Alvaro Venegas, diretor da Eng. Engenharia e de Mauris Henrique Poggio dos Santos, coordenador de serviços digitais da FTD Educação.
Os micromundos da sala de aula, inspiradores nas metodologias ativas, foram o destaque da Carolina Luvizoto, da Faber-Castell, que falou sobre o programa Aprendizagem criativa, implantado em escolas como Colégio Dante Alighieri e Santo Américo.
Em um evento cuja inspiração são os inúmeros dados gerados cada vez mais rápido por conta da internet, o mestre em Ecologia, Edson Grandisoli, abriu o segundo dia criticando que ainda há muito pouco destaque no que diz respeito ao Big Data com olhar ambiental. “Muitos cientistas e geólogos estão querendo mudar o nome da nossa era para ‘antropoceno’. Isso porque a pegada do ser humano é tão visível e tão difícil de pegar e o fato mais marcante está sendo o impacto negativo que causamos no meio ambiente”.
A nova Lei Geral de Proteção de Dados entra em vigor no segundo semestre de 2020 e, como é da cultura do país deixar tudo para a última hora, Victor Nóbrega Luccas, advogado e pesquisador do Grupo de Ensino e Pesquisa em Inovação (GEPI) da FGV Direito SP, orientou como as escolas devem se preparar para uma lei tão complexa.
Em seguida, a ZOOM Education for Life levou a aluna do 9° ano da Escola Stagium, Giovanna, que também é a 1° aluna embaixadora da empresa, para contar sua experiência em um projeto pedagógico sobre algo que a incomoda: a depressão. O tema ganhou força na escola, principalmente para falar sobre bullying. Segundo Giovana, a Stagium passou a dar mais atenção para atividades voltadas a esses assuntos que afetam seus alunos e nem sempre é algo fácil de revelar.
Já o especialista em Tecnologias Educacionais pela PUC-SP e assessor pedagógico no ensino de ciências e STEM (sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática) no Colégio Albert Sabin, Leandro Holanda, auxiliou os educadores presentes a compreenderem o que são as metodologias ativas — assunto tão em pauta só que difícil de colocar em prática, uma vez que o professor passa a mediador o processo. Para Holanda os docentes precisam criar experiências de aprendizagem e é na formação continuada de seus professores que as escolas devem focar primeiro.
O quanto que a arte dialoga com a tecnologia e está muito mais perto do dia a dia do que se imagina foi o destaque do palestrante Bruno Moreschi, doutorando em Artes Visuais pela Unicamp. O encerramento, que transbordou inspiração, ficou por conta de Wellington Nogueira, sócio-fundador do Doutores da Alegria e que tem como primeira profissão a de professor de inglês. Para o artista, é fundamental ter uma mente aberta, uma vez que, segundo sua professora de teatro, “somos todos crianças em fase de aprovação”.