NOTÍCIA
Perfil de 11 guerreiras é apresentado em ‘’Mulheres Indígenas da Tradição’, disponível de forma gratuita na internet
Publicado em 17/03/2019
Mulheres Indígenas da Tradição, é um livro que apresenta a história de anciãs de 11 povos indígenas localizados em Pernambuco. Lançado em 8 de março e disponível em PDF na internet, a proposta é dar visibilidade à trajetória de vida dessas mulheres regadas de sabedoria da vida.
A obra, escrita por indígenas do sexo feminino, é uma parceria do Centro de Cultura Luiz Freire (CCFL), Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Nordeste e Movimento de Mulheres Indígenas de Pernambuco.
Entre as 15 autoras indígenas estão, Alcione Alves Laurentino, do povo Pipipã, Elisa Urbano Ramos, do povo Pankararu Entre Serras, Nayara Tayná Leite Silva, da etnia Atikum e Sandra da Silva Pajeú Santos do grupo Tuxá.
Vale ressaltar que Pernambuco é o quarto estado com maior número de indígenas, 53.284 indivíduos, divididos entre 12 povos, segundo o IBGE.
Ao ler os perfis das anciãs dos 11 povos presentes no livro: Atikum Dona Ana, Pankararu Entre Serras Dona Hilda, Kambiwá Dona Valdira, Kapinawá Dona Helena, Pankaiwká Dona Maria Antônia, Pankará Dona Emília, Pankararu Dona Maria, Pipipã Dona Lindalva, Truká Dona Marina, Tuxá Dona Lourdinha e Xucuru Dona Judite, é nítida a importância da mulher na preservação dos saberes tradicionais de cada etnia.
Dona Valdira, do povo Kapinawá, é artesã, agricultora e figura importante no ritual de sua aldeia. Teve 14 filhos e tem seu perfil escrito pela parente da mesma etnia, Edivanha Bezerra da Silva. “Dona Valdira me contou que o nome Kambiwá significa “volta à Serra Negra”, que é o local de origem do nosso povo. Muitos dos nossos antepassados saíram de lá expulsos, sob pressão e sofrendo humilhações, perseguidos por fazendeiros e grileiros que tinham interesse na Serra. Apesar da incansável resistência, a violência do colonizador foi grande e se deu a expulsão dos índios da Serra Negra. A estratégia de permanecer no entorno do nosso lugar de origem foi construir moradia na localidade Baixa da Alexandra, nossa primeira aldeia fora da Serra Negra e depois deu-se a formação das demais aldeias constituindo nosso território no século XX até os dias atuais”, relata em um dos trechos do livro.
A obra e os resultados da pesquisa estarão disponíveis para conteúdo curricular de escolas indígenas e poderão auxiliar em temáticas como, por exemplo, igualdade de gênero e valorização do sexo feminino na história de seu povo.
Para ler o livro Mulheres Indígenas da Tradição clique aqui.
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