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Cai número de jovens que querem ser professores, diz relatório da OCDE

Estudo revelou desinteresse pela profissão entre alunos brasileiros de 15 anos. Mudar o cenário passa não apenas por maiores salários, mas por mais reconhecimento e melhores condições de trabalho

Publicado em 29/06/2018

por Redação revista Educação

professores

Crédito: Shutterstock

Cada vez menos jovens desejam ser professores. Entre 2006 e 2015, a taxa de adolescentes brasileiros de 15 anos que almejam seguir a carreira docente caiu de cerca de 7,5% para apenas 2,4%. Os dados foram revelados por um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgado em junho.
O cenário de desinteresse pela profissão não se restringe ao Brasil. Na média, o número de alunos que desejam ser professores nos países avaliados pela OCDE também caiu, passando de cerca de 5,5% em 2006 para 4,2% em 2015.
Os motivos para o desinteresse pela docência incluem fatores como salários baixos e pouco reconhecimento da profissão na sociedade. De acordo com o estudo, nos países em que os professores são mais bem pagos e a profissão desfruta de maior reconhecimento social, há mais jovens interessados pela carreira.
Apesar disso, para atrair jovens com alta performance em matemática e leitura para a profissão, o aumento de salário parece não ser tão importante. Fatores ligados às condições de trabalho, como menor número de estudantes por professor, tem maior relação com o aumento do interesse desses alunos pela carreira.
Perfil do aluno que deseja ser professor
Na média dos países da OCDE, as meninas são mais propensas a seguir a carreira docente do que os meninos. Enquanto menos de 3% dos rapazes desejam ser professores, quase 6% das garotas querem seguir a profissão. Poucos países não apresentaram essa diferença entre os gêneros, sendo Hong Kong (China), Islândia, Japão, Portugal e Costa Rica alguns exemplos. No caso do Brasil, 1,7% dos meninos quer ser professor, contra 3% das meninas.
Os dados demonstram que, entre os jovens de 15 anos, ainda persiste a ideia de que a docência é uma carreira feminina. Por outro lado, profissões ligadas à ciência e à tecnologia, por exemplo, seguem atraindo mais rapazes.
O relatório também destaca que, em muitos países, os jovens atraídos pela carreira apresentam menor performance em matemática e leitura em relação àqueles que querem seguir outra profissão que exige ensino superior.
No Brasil, essa diferença foi observada. Os alunos que desejam ser professores apresentaram pontuação média de 354 em matemática e 382 em leitura no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) de 2015. Já os jovens que almejam outras profissões alcançaram 390 e 427, respectivamente, nas mesmas habilidades.
No nosso país, há ainda mais uma característica de destaque: quanto maior o grau de instrução dos pais, menor o interesse dos filhos pela carreira docente. Enquanto 3,4% dos alunos filhos de pais que não terminaram o ensino médio querem ser professores, apenas 1,8% daqueles cujos pais possuem ensino superior querem seguir a profissão.

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http://www.revistaeducacao.com.br/alunos-com-baixo-desempenho-no-pisa-relatam-maior-desconforto-fisico-e-emocional-com-escola/

Autor

Redação revista Educação


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