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Há duas maneiras de conhecer
Michel de Montaigne (1533-1592), o criador do ensaio como gênero literário – e, por extensão, alguém cuja obra deveria ser uma das principais referências históricas para a estruturação de textos dissertativos e reflexivos escritos em escolas de ensino médio e superior, nos vestibulares e, por que não, nas redes sociais. Sua capacidade de explorar temas áridos a partir de uma perspectiva pessoal continua a ser exemplar.
Pode-se ir direto à fonte, com destaque para os três volumes dos
Ensaios, recentemente publicados outra vez no Brasil, pela Editora 34, com a mesma tradução (de Sérgio Milliet) utilizada inicialmente pela Editora Globo e, depois, pela coleção
Os Pensadores. Vai-se descobrir ali um misógino, algo que mancha a sua imagem hoje, mas também um escritor de olhar singular (e atual) para o mundo.
Outro caminho consiste em “pedir ajuda aos universitários”, ou seja, ler e ouvir quem falou de Montaigne para chegar a seus escritos com um auxílio camarada. Diversos livros sobre ele (e sem ranço acadêmico) foram publicados no Brasil, entre os quais
Como viver ou uma biografia de Montaigne em uma pergunta e vinte tentativas de resposta, de Sarah Bakewell (Objetiva),
Uma temporada com Montaigne, de Antoine Compagnon (Martins Fontes), e
Montaigne por Stefan Zweig (Mundaréu).
Para uma aproximação leve, até mesmo lúdica, recomenda-se assistir ao vídeo de seis minutos sobre Montaigne no canal da The School of Life no YouTube. Criada pelo filósofo suíço Alain de Botton e pela curadora britânica Sophie Howarth, a organização tem entre seus objetivos produzir material de divulgação científica sobre filósofos (não é propriamente o caso de Montaigne, o primeiro dos ensaístas) e escritores. Platão, Kafka, Sartre e Foucault também foram objeto de vídeos introdutórios, bem-humorados e ágeis.
O YouTube oferece também uma outra entrada amistosa para a obra de Montaigne, o episódio sobre ele (com 24 minutos) realizado por Botton para uma série em seis partes em torno da influência de alguns pensadores na história da humanidade e das ideias que propuseram sobre uma vida feliz. Botton explora a autoestima nos escritos de Montaigne. Os demais personagens são Sócrates (autoconfiança), Epicuro (felicidade), Sêneca (angústia), Schopenhauer (amor) e Nietzsche (dificuldade).
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https://www.theschooloflife.com