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Edição 241

Escolas de porte pequeno e médio também passam a adotar processos estruturados de seleção de professores

Profissionalização e inovação podem ser vistas em colégios de diversos perfis

Publicado em 04/09/2017

por Rubem Barros

Escolas de porte pequeno e médio também passam a adotar processos estruturados de seleção de professores

Uso de metodologias ativas está se tornando pré-requisito para
os docentes (Foto: © Divulgação)

A busca por profissionalização e por processos estruturados de seleção docente para contratação não é exclusividade dos escolões tradicionais. Escolas de porte médio ou pequeno, como o Colégio Jardim Anália Franco, instituição que abriga 230 alunos e 36 professores, situado na zona leste paulistana, também moveram suas bússolas.
Segundo Nevinka Tomasich, diretora pedagógica da instituição, a escola, que tem 36 anos, implantou uma nova gestão faz quatro anos, pouco antes de sua contratação. Ela começou, então, a introduzir metodologias ativas, o que a princípio causou certa desestabilização no corpo docente.
“Uns gostaram, outros não”, lembra. Com as mudanças, veio também um novo processo seletivo. “Quando cheguei, a seleção era currículo e conversa. Num primeiro momento, introduzi uma prova escrita. Hoje, há um processo desenhado, instituído há dois anos.”
O processo está em consonância com o que a maioria dos colégios que adota seleção estruturada faz. Contempla uma análise de currículo em que se leva em conta formação inicial e continuada, estabilidade nos empregos anteriores e tempo de experiência. Depois disso, há uma entrevista para ver oralidade, postura, e se o candidato tem mesmo interesse na escola. Se houver convergência, há uma prova escrita com questões dissertativas e objetivas sobre a disciplina, e outras sobre situações de sala de aula e metodologias. Os três melhores são convidados a apresentar um plano de aula.
“Mesmo que o candidato copie o plano de aula de alguém, há perguntas que vão mostrar a concepção de educação que ele tem. Aí aparecem as eventuais contradições”, diz Nevinka. Por fim, a diretora entrevista os dois melhores postulantes.
Mas ela ressalta que a escola tem buscado ou aceitado modelos alternativos de contratação em algumas situações. Como, por exemplo, quando houve o impasse com dois bons candidatos para a cadeira de geografia, um deles com pós-graduação na Sorbonne, o outro com mais experiência. A escola propôs que dividissem a vaga e acabaram aceitando.
“Estamos pegando professores que são jovens talentos, alguns que já foram para o mercado de trabalho em outras áreas e não gostaram. Nossa professora de biologia, por exemplo, é pesquisadora da Unifesp e já ganhou um prêmio na América Latina.” Essa versatilidade é a saída para enfrentar algumas carências. Outra saída é pegar profissionais bem jovens, para formar na escola, o que ocorre principalmente na educação infantil e fundamental 1.
“Muitos jovens entram em pedagogia por falta de opção, não porque gostem. Aí é melhor contratar auxiliares e formar aqui”, diz.

Autor

Rubem Barros


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