3º Grande Encontro da Educação contou com debate sobre novo ensino médio. Da esquerda para a direita: Cesar Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), Rubem Barros (editor da Revista Educação e moderador do debate) e Aldeir Rocha (consultor). Crédito: Gustavo Morita
Em debate sobre o novo ensino médio realizado no 3º Grande Encontro da Educação, Cesar Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), defendeu que a parte diversificada do currículo do novo ensino médio – que corresponde aos itinerários formativos – também tenha uma base nacional comum. “Seria um crime definir que os direitos e objetivos de aprendizagem do jovem brasileiro fossem confinados a um microcosmo de 1.800 horas”, afirmou, destacando que o documento não deveria se restringir à parte comum, que corresponderá a 60% do currículo.
Callegari lembrou que essa base seria necessária para processos avaliativos e para elaboração de livros didáticos, por exemplo. De acordo com o conselheiro, porém, a tarefa dessa definição deverá ficar a cargo do CNE. Atualmente, a proposta de Base Nacional Comum para o ensino médio está em fase de elaboração pelo Ministério da Educação (MEC).
Aldeir Rocha, mestre em educação e consultor em temas como planejamento educacional e formação de professores, também compôs a mesa. Em sua fala, destacou que, por si só, o fato de uma base nacional comum estar sendo elaborada já representa um avanço importante.
“As escolas devem começar a caminhar com a organização do seu projeto educativo para um modo de planejamento e condução que passe por uma orientação mais ampla e não só baseada em sequências curriculares”, disse, defendendo que as instituições devem passar a considerar também os direitos e objetivos de aprendizagem definidos pela Base no planejamento das aulas.
Tanto Callegari quanto Rocha defenderam que o ensino médio precisa de mudanças, alinhando a educação brasileira ao que vem sendo feito em sistemas bem-sucedidos de outros países.
Sueli Zanini de Souza, professora de química que assistiu à palestra, concorda com a necessidade de repensar o ensino médio, mas prega cautela na flexibilização. “É uma evolução necessária, mas é preciso ter alguns cuidados, como garantir aprendizados e habilidades essenciais para que o aluno aprenda de tudo um pouco, para adquirir competências em todos os sentidos”, defendeu.
Autor
Redação revista Educação