Roberto Celestino, representante da IBM no Brasil, participou do segundo painel do 3º Grande Encontro da Educação. (Foto: Gustavo Morita)
Um brinquedo que responda dúvidas de uma criança ou um sistema que encontre a escola mais adequada baseada na personalidade do aluno. Essas são apenas algumas das aplicações educativas da computação cognitiva, tendência contemporânea que alia inteligência artificial e uso extensivo de bases de dados.
Roberto Celestino, representante da IBM no Brasil e palestrante do segundo painel do Grande Encontro Educação 2017, começou explicando o funcionamento do Watson, sistema cognitivo da empresa, que está liderando uma nova revolução em soluções computacionais. O sistema conta com quatro pilares principais: entendimento, raciocínio, aprendizado e interação. Este tipo de inteligência artificial é chamada computação cognitiva, uma vez que cognição é justamente a capacidade humana de adquirir conhecimento através da percepção.
Antes mesmo de saberem as aplicações da tecnologia para a educação, alguns professores da plateia já estavam surpresos. “Eu não conhecia o termo [computação cognitiva] e nem sabia que já existia algo assim”, relata Thais Gomes, coordenadora no Centro de Educação Infantil Fonte do Saber.
Celestino seguiu citando exemplos de empresas dentro e fora da educação que utilizaram o princípio da computação cognitiva para desenvolver sistemas de acordo com as necessidades de cada ramo ou negócio. A universidade Anhembi Morumbi foi a representante nacional da utilização da tecnologia com o aplicativo Sou Anhembi, que responde dúvidas burocráticas dos estudantes sobre suas matrículas e cursos – típica informação que demandaria uma visita à secretaria da instituição.
Ao final da exposição, muitos gestores estavam interessados em utilizar o sistema em suas próprias realidades. Contudo, o caminho não é tão claro. Nathalia Anjos, coordenadora do Senai, ainda não consegue visualizar a aplicação da tecnologia com seus alunos, e ressalta o preconceito como uma dificuldade: “Muitos ainda pensam que tecnologia não combina com sala de aula. A gente precisa se desarmar disso e ver o que é benéfico para a educação”.