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Os desafios do novo ensino médio

Secretários de Educação de Ceará e Maranhão falam sobre dificuldades para implementação do novo modelo para a etapa

Publicado em 11/05/2017

por Redação revista Educação

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Idilvan Alencar e Felipe Camarão durante palestra no evento Bett Educar | Foto: Gustavo Morita

Dois secretários estaduais de educação – Idilvan Alencar, do Ceará, e Felipe Camarão, do Maranhão – falaram nesta quarta-feira, 10 de maio, sobre os desafios para a implementação da reforma do ensino médio em seus respectivos estados. Há pontos em comum entre Maranhão e Ceará quando se analisa as redes de ensino. Em ambos estados o ensino médio está presente na maioria das escolas estaduais – 96% das escolas da rede estadual no Ceará e 95% no Maranhão. Além disso, as duas administrações têm apostado suas fichas na educação em tempo integral. No Ceará, as escolas em tempo integral são 26% da rede estadual. Já no Maranhão, a meta é ter 50% das escolas e 26% das matrículas em tempo integral até 2024. A inspiração foi o sucesso de Pernambuco, rede pública que mais evoluiu no Ideb nos últimos anos. A oferta do tempo integral é, então, uma aposta para avançar na questão da aprendizagem.
Como os secretários veem a reforma
Uma preocupação evidente é de onde virá o financiamento para implementar a reforma. Não somente o capital para financiar tecnologia, material didático, infraestrutura e salários, mas , principalmente, o investimento necessário em formação de professores para que reforma saia do papel sem se transformar em um mecanismo que agrave ainda mais  as desigualdades educacionais no Brasil. Felipe Camarão conta que o Estado do Maranhão está no meio de um esforço para grande número de professores de português e matemática habilitados a ensinar os conteúdos do Enem. Como ressalta Alencar, faltam professores de ciências da natureza e talvez não seja possível viabilizar esse itinerário para todos os alunos. O risco, a partir daí, é que se priorize  grandes e médias cidades e bairros de maior poder aquisitivo.
As medidas de austeridade anunciadas pelo governo também impactam esse cenário. “Essa reforma custa caro. União, estados e municípios deverão encontrar uma solução”, acredita Alencar. As escolas particulares também devem enfrentar consequências. Muitas devem ser forçadas a aumentar suas mensalidades, o que pode acabar empurrando mais alunos para a rede pública de ensino. “Pode haver repercussões jurídicas”, afirma Felipe Camarão.
Para começar a valer, a reforma aguarda a publicação da Base Nacional Comum Curricular, o que não deve acontecer antes de 2018. Como ressalta Alencar, há muitas brechas e incertezas e é sobre elas que os educadores e gestores terão de trabalhar.

Autor

Redação revista Educação


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