Pessoas à beira de um rio em registro impressionista. Foto: Sergio Guerini
Uma outra dimensão, pouco conhecida, do artista ítalo-brasileiro Alfredo Volpi, símbolo da São Paulo do século 20, está em cartaz no Museu de Arte Moderna da capital paulista até 18 de dezembro.
A exposição reúne 74 obras, entre telas, desenhos em papel e azulejos que, em comum, têm o fato de terem sido feitos em pequenos formatos, como estudos para obras de maior porte. Realizados num longo arco temporal, dos anos 30 aos 70, conseguem também dar uma dimensão cronológica acerca das preocupações formais do artista. Os trabalhos integram a coleção particular de Ladí Biezus.
Volpi não nomeava nem datava seus quadros. Porém as obras com formas geométricas foram produzidas entre as décadas de 50 e 70. Foto: Sergio Guerini
Com curadoria de Aracy Amaral e Paulo Portella Filho, a exposição está organizada para que se veja a transmutação dessas preocupações no tempo. Começa pelas cenas do cotidiano urbano paulistano e chega até as obras geometrizantes, não figurativas, das décadas de 50, 60 e 70, quando Volpi pintou “casarios e fachadas arquitetônicas que sinalizam a redução à essencialidade formal e nada realista”, no dizer de Portella.
No acervo, destaque para oito desenhos a grafite em que Volpi esboça futuras obras e quatro pinturas a azulejo produzidas nos anos 40 para a Osirarte, empresa de azulejaria que trabalhava com encomendas de artistas e arquitetos.