Grupo de pesquisadores e funcionários da USP apontam que o fechamento das vagas em creches da universidade causará prejuízo financeiro de R$1,2 milhão ao invés de reduzir gastos. Por meio de análise de dados públicos, o trabalho da equipe tem a intenção de comprovar a ineficácia dos cortes e revogar a medida.

No início de 2015, a Superintendência de Assistência Social (SAS) suspendeu ingressos nas cinco creches da USP. Desde então, as vagas deixadas pelas crianças que se formaram na educação infantil não podem ser preenchidas e aqueles que necessitam do benefício estão recebendo o auxílio-creche como forma de diminuir os gastos e reequilibrar as contas da universidade. Segundo assessoria da USP, o custo anual com as creches é de  R$ 28 milhões.

Contudo, o documento apresentado pelo grupo de pesquisadores e funcionários expõe que a universidade aumentará seus gastos em mais de 1 milhão de reais com o auxílio-creche em 2015 e 2016, uma vez que o benefício será pago a uma quantidade maior de pais. Atualmente, 3.600 servidores recebem o auxílio com custo anual de R$ 22 milhões.

Caso as creches sejam eventualmente fechadas, a equipe aponta que a Universidadeeconomizará apenas 0,03% do seu orçamento. Como os funcionários não podem ser demitidos, os gastos realizados com a folha de pagamento (0,48% em 2016) vão se manter, sobrando de economia os 0,03% de manutenção do espaço. O estudo conclui ainda que os trabalhadores das creches custam pouco para a universidade em comparação com outros setores, como comunicação social e  procuradoria geral da USP.

Educação Infantil na USP

As creches da universidade atendem atualmente crianças de 4 meses a 6 anos de idade, filhos de docentes, alunos e funcionários. O espaço também funciona como campo de pesquisa na área da educação infantil. São realizadas visitas monitoradas de educadores, gestores e funcionários interessados no modelo desenvolvido na universidade e na troca de experiências.