NOTÍCIA

Edição 226

Autor

Mariana Ezenwabasili

Publicado em 15/02/2016

Jovens são hostis a colegas homossexuais no ambiente escolar, diz pesquisa

Divulgado pelo MEC, estudo mostra os meninos são mais intolerantes que as garotas quando se trata de colegas que fogem do padrão de sexualidade e gênero

Os alunos do ensino médio no Brasil têm como principal motivação para estudar conseguir uma vida melhor ou um emprego. E reclamam dos professores principalmente quando o assunto é atribuição de notas. Também são intolerantes com alunos que atrapalham as aulas e com colegas de orientação sexual diferente da hegemônica. Essas são as principais conclusões do estudo Juventudes na escola, sentidos e buscas: por que frequentam?, divulgado no final de 2015 pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).
A pesquisa colheu respostas de 8.283 estudantes com idades entre 15 e 29 anos, matriculados no ensino médio público convencional, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Projovem Urbano (programa federal que visa a formação de pessoas de 18 a 29 anos de idade no ensino fundamental). Foram entrevistados estudantes do Pará, Bahia, Mato Grosso e Rio de Janeiro. As escolas selecionadas foram sorteadas entre aquelas com mais de 500 alunos matriculados.
Uma das questões propostas no questionário foi: “Qual destas pessoas você não queria ter como colega de classe?”. Os maiores índices de rejeição são dirigidos aos bagunceiros (41,4%). Homossexuais, transexuais, transgêneros e travestis foram indicados como pessoas indesejadas como colegas de classe por 19,3% dos entrevistados, pobres por 0,7%, deficientes por 0,6% e negros por 0,3%.
As garotas tendem a rejeitar com maior ênfase os bagunceiros, os puxa-sacos dos professores e os egressos de unidades prisionais, enquanto a maioria dos garotos (31,3%) diz não querer como colegas de turma homossexuais e travestis. Entre as meninas, esse índice baixa para 8%.
A importância dos professores influencia 5,4% dos alunos do Projovem Urbano a se manter na escola, apenas 1,3% dos alunos do EJA e 0,9% dos matriculados no ensino médio convencional. Já o principal motivo de reclamação com relação aos docentes é a atribuição de notas (32,9%), especialmente entre os alunos da EJA (43%) e do PJU (44,3%), mas também há um percentual alto entre os estudantes do ensino médio comum (31,5%). Os entrevistados apontam o cansaço (22,6%) e a necessidade de trabalho (19,1%) como razões mais expressivas das dificuldades para estudar. O gênero, mais uma vez, influencia as respostas. Ter de cuidar de casa ou dos filhos pesa muito mais entre as garotas (12,3%) do que entre os garotos (7,7%), quando o assunto em questão são os motivos que os impedem de ir à escola.
 

Fonte: Abramovay, Waiselfi sz e Castro; Pesquisa Jovens de 15 a 19 anos – FLACSO e MEC, 2013


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