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Bernardete Gatti: pela valorização do estágio e da prática em sala de aula Melhorias efetivas na área da educação só serão possíveis se repensarmos – com consequências práticas – a formação dos professores nos cursos superiores. O alerta é da pedagoga e pesquisadora Bernardete Gatti, […]
Bernardete Gatti: pela valorização do estágio e da prática em sala de aula |
Melhorias efetivas na área da educação só serão possíveis se repensarmos – com consequências práticas – a formação dos professores nos cursos superiores. O alerta é da pedagoga e pesquisadora Bernardete Gatti, vice-presidente da Fundação Carlos Chagas, que concedeu extensa entrevista à publicação Cadernos Cenpec, em que detalha as causas e as consequências de a prática docente ser sempre relegada a um plano em que é considerada “algo menor”.
O problema ocorre tanto nas licenciaturas quanto nos cursos de pedagogia. No primeiro caso, as disciplinas de educação costumam aparecer apenas “como adendo” aos bacharelados. “Você segmenta, valoriza o conhecimento formal da disciplina da área e dá uma tintura leve de educação, que não é suficiente, hoje, para o professor atuar com as crianças, os adolescentes e os jovens”, avalia Bernardete.
Os cursos de pedagogia, por sua vez, vivem uma ambiguidade: formar pedagogos ou professores? A formação de alfabetizadores e de professores para a educação infantil acaba sempre relegada a segundo plano. “Parece que gostamos de considerar o trabalho de um ponto de vista apenas teórico, achamos que a prática do trabalho é menor e que pode ser feita de qualquer jeito.”
O próprio funcionamento da universidade contribui para esse cenário, com currículos fragmentados, aulas que não inovam e um sistema de contratação de professores que pouco considera sua formação didática. “Como um professor que não tem formação pedagógico-didática vai formar professores?”, questiona Bernardete. “Muitos vão trabalhar com metodologia e prática de ensino sem o domínio teórico que essas áreas exigem.”
Iniciativas que buscam conceber novas propostas existem, mas sua expansão muitas vezes esbarra na burocracia, na acomodação e na descontinuidade da gestão. Um dos aspectos centrais, aponta a pesquisadora, é valorizar e reestruturar os estágios. Para ela, o ideal seria que universidades e escolas estabelecessem convênios, com um projeto de trabalho em conjunto. Outra proposta é a criação de centros de formação de professores nas universidades, com o objetivo de permitir e incentivar uma articulação entre os docentes das diversas áreas da instituição.
Para ler a entrevista na íntegra, acesse http://migre.me/qzGDT.