Defensor da democratização do ensino público, o educador propunha a autonomia do processo educativo
Para Azanha, “há um espaço escolar próprio para encontro e convívio e que é potencialmente educativo” |
Na última quinta, 23 de outubro, a Escola Municipal Criúva, localizada no bairro de São Miguel Paulista, na zona oeste de São Paulo, recebeu um novo nome. A escola passa agora a se chamar Escola Municipal José Mario Pires Azanha, em homenagem a um dos principais educadores do país.
Responsável pela coordenação da reforma na rede pública de ensino paulista, no final da década de 1960, que levou à instituição do ensino fundamental de oito anos, Azanha unificou os exames de admissão e facilitou o ingresso ao antigo ginásio.
Nascido em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), o educador foi professor primário, professor normalista e diretor de escola. Em 1974, tornou-se professor da Faculdade de Educação da USP, onde lecionou até 2001. José Mário Pires Azanha também coordenou o programa de Assistência Técnica em Educação e Cultura do MEC e foi membro titular do Conselho Estadual de Educação. Um dos maiores defensores da escola pública, o educador propunha a autonomia da escola fundada em uma nova e democrática ordenação das relações escolares.
Publicou 36 artigos em revistas especializadas e cinco livros, onde defendeu a democratização do ensino público e a ampliação radical das oportunidades educativas. Foi nomeado Coordenador do Conselho da Cátedra UNESCO/USP de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância (1996/1997), tornou-se membro da Academia Paulista de Educação em 1999 e, em 2002, recebeu o título de Professor Emérito da Faculdade de Educação da USP.
As ideias e ações de José Mário Pires Azanha podem ser lidas na edição especial da revista Educação “Educadores Brasileiros”.