Ao mesmo tempo em que governo promove patriotismo no material didático, quer internacionalizar universidades
Publicado em 14/10/2014
As estratégias educacionais do Japão enfrentam uma contradição. Segundo artigo publicado no último domingo (12) no New York Times, o dilema se dá entre o patriotismo imposto na política de livros didáticos e o desejo de internacionalização das universidades. Ambas as políticas foram reforçadas pelo Primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que está no cargo desde 2012.
O jornal citou alguns aspectos patriotas inseridos nos livros didáticos do Japão, que, por vezes, amenizam ações violentas do país ao longo de sua história. Segundo o artigo, uma das consequências é o desestímulo dos estudantes em estudar fora, principalmente nos países asiáticos do entorno. Um exemplo dos episódios minimizados é o massacre de Nanquim, a que o novo material se refere como um “incidente”. O ministro da educação do país Hakubun Shimomura negou que o governo esteja tentando impor apenas uma visão da história e afirmou “nós acreditamos que é importante ensinar um equilíbrio do que é bom e as partes ruins, para que as crianças tenham orgulho e confiança na história do nosso país”.
Ao mesmo tempo, o governo quer promover a internacionalização das universidades japonesas. O Primeiro-ministro declarou que deseja dez universidades japonesas entre as cem melhores do mundo. Atualmente, no ranking da Times Higher Education, o país tem apenas duas. Para isto, o país está contratando professores estrangeiros e fortalecendo as relações bilaterais com os principais países a que o material didático provocou: Estados Unidos, China e Coreia do Sul.