NOTÍCIA
Sérgio Mendes ressalta a importância de se ter um PDI dinâmico que permita à instituição ajustar seus processos ao longo de cada período O vice-reitor do Centro Universitário do Pará (Cesupa), Sérgio Fiuza de Mello Mendes, está otimista com relação à aplicação do novo instrumento […]
Publicado em 15/07/2013
Sérgio Mendes ressalta a importância de se ter um PDI dinâmico que permita à instituição ajustar seus processos ao longo de cada período
O vice-reitor do Centro Universitário do Pará (Cesupa), Sérgio Fiuza de Mello Mendes, está otimista com relação à aplicação do novo instrumento de avaliação externa das instituições de ensino. Para além da reorganização dos eixos, Mendes considera que o documento induz as instituições a assumirem as rédeas de seus projetos educacionais, tendo o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) como peça fundamental para isso.
Do seu ponto de vista, quais são as principais inovações do novo instrumento de avaliação institucional?
Eu destacaria alguns aspectos. Primeiro acho que ele conduz as instituições a assumirem o que eu chamaria de titularidade da elaboração de seus projetos educacionais. Um dos eixos tem o foco no plano de desenvolvimento institucional (PDI) e aponta nessa direção. E elas também são levadas a assumir a titularidade em torno dos seus projetos educacionais, ou seja, de formar suas identidades.
Os processos de autoavaliação ganham novo patamar nesse contexto?
As CPAs criadas há quase dez anos passam a assumir um novo papel em outro patamar. Quanto mais elas colaborarem para isso, em associação com os PDIs construídos verdadeiramente no âmbito institucional, teremos dois instrumentos indispensáveis de gestão. As instituições precisam de fato evidenciar mais os elementos de processos avaliativos internos e não ocultá-los.
De que forma os PDIs deverão ser aprimorados?
As instituições de ensino superior estarão mais comprometidas com aquilo que anunciarem em seus projetos, por isso a tendência é aproximar o PDI da realidade. Há alguns problemas na construção dos planos, em geral falta aderência do PDI à realidade, ao meio em que a instituição está inserida. Muitas vezes tenho incorporado artificialmente coisas que a instituição dificilmente conseguirá atingir. Na ânsia de querer fazer muito acaba tendo um PDI enorme e com pouca capacidade de realização o horizonte fica muito distante. Não é que não se deva ousar, mas precisa acertar a dose. Outra fragilidade é a falta de envolvimento do corpo social – professores e gestores que serão os vetores de condução daquele projeto. Quando ele é chamado e participa, naturalmente se envolverá mais para atingir os resultados.
Nesse contexto, qual é a importância da revisão periódica do PDI?
O PDI precisa ser dinâmico, nunca pode ser uma peça pronta. Se o plano é para cinco anos, anualmente é preciso olhar para ele e fazer uma espécie de relatório avaliativo: o que eu consegui e não consegui fazer? Dessa forma é possível rapidamente chegar à conclusão do que a instituição terá braço para fazer. O ajuste de rota é indispensável. Assim como um piloto de avião traça um plano de voo, mas se o tempo está ruim, ele busca uma rota alternativa.
Um PDI bem elaborado permite também uma avaliação mais justa?
As histórias locais precisam aparecer no PDI. Ele precisa ser o maior instrumento de defesa das instituições para que elas permaneçam no sistema. O que elas vão dizer de si precisa ser compatível com a realidade delas. O plano de uma instituição da capital não pode ser o mesmo de uma região mais remota do país.
Na sua avaliação, esse instrumento contempla a diversidade de instituições que compõem o sistema?
Ele convida todas as instituições a permanecerem seja do tamanho que forem, estejam onde estiverem. Em um país diverso, em que você tem instituições muito pequenas do ponto de vista do número de alunos e outras que se tornaram megainstituições, eu acho que o agente regulador dá sinais de que é possível a convivência no sistema preservada essa diversidade.
Quais outros pontos fortes do novo instrumento?
Ao incluir alguns indicadores, o instrumento cumpre um papel indutor de alguns temas. Um deles é a questão da cooperação internacional que é uma realidade hoje no sistema, mas ainda insuficiente. Outro ponto que já estava no instrumento anterior, mas agora aparece com mais força, é a questão dos egressos. O instrumento quer saber onde eles estão e o que estão fazendo. Esse é um dado muito importante de que o Brasil hoje não dispõe.
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