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Sem formação específica, coordenadores se apoiam em cursos de extensão se apóiam em cursos de extensão
Apesar de estar tomando corpo como função estratégica, não há formalização do processo de formação do coordenador pedagógico. Não há curso de graduação ou habilitação específica, tampouco uma especialização obrigatória. Há apenas cursos de extensão variados, como aqueles contratados por escolas particulares ou redes públicas.
“Não há uma habilitação em coordenação pedagógica, pois atualmente se entende, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, que a docência é a base da formação oferecida e que os seus egressos recebem o grau de licenciados em pedagogia para atuar como docentes e no planejamento, execução e avaliação de programas e projetos pedagógicos em sistemas e unidades de ensino e em ambientes não escolares”, explica Renata Cunha, da Unimep. A formação do coordenador é contemplada de maneira básica nos cursos de pedagogia e outras licenciaturas, em disciplinas sobre gestão escolar.
Segundo Neurilene Ribeiro, do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa, a formação de um coordenador deve incluir um bloco de conhecimento didático, oferecido na formação inicial, mas também maneiras de comunicar esse conteúdo ao professor, o que geralmente só se aprende em cursos de especialização. “É aí que entra a formação continuada. Os coordenadores precisam entender como os professores aprendem. Além disso, têm de compreender a necessidade docente de elaborar conteúdos novos. Por isso, a formação deve ser realizada considerando os professores como profissionais que têm problemas para resolver e também sujeitos que aprendem”, observa. A formação de um coordenador deve contemplar princípios da gestão escolar.
Silvia Carvalho, coordenadora executiva do Instituto Avisa Lá, ONG especializada em formação continuada de educadores, avalia que é essencial que esse profissional tenha uma ampla experiência como professor no nível de ensino que vai coordenar. “De preferência, deve ter uma pós-graduação, um nível de escolaridade a mais, nem que seja uma especialização naquilo com que ele mais se identifica”, afirma. “O ideal seria uma especialização que tratasse de como fazer uma formação continuada eficiente com resultados que repercutam na sala de aula. Formações generalistas só confundem.”
A pesquisa O papel do coordenador pedagógico , da Fundação Victor Civita, mostra que 88% dos coordenadores já foram docentes da Educação Básica (o estudo não descreve se a experiência foi no mesmo nível de ensino que eles coordenam) e 60% possuem magistério, o que cumpre com o pré-requisito apontado por Silvia. Em relação à formação, 55% se graduaram em pedagogia como primeiro curso e, dos 45% restantes, 61% cursaram pedagogia como segundo diploma. Do total, 70% dos entrevistados fizeram pós-graduação (20% pedagogia, 19% gestão escolar e 19% psicopedagogia) e 67% fizeram pelo menos um curso voltado para a coordenação pedagógica.
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