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Autor

Redação revista Educação

Publicado em 29/12/2025

Punição x aprendizagem: como substituir suspensão por processos que ensinam

Escola cearense adota a Política de Integridade Acadêmica, em que medidas disciplinares tradicionais começam a dar lugar a práticas educativas que desenvolvem responsabilidade, consciência e outras habilidades

A suspensão escolar ainda é, em muitas instituições brasileiras, a principal resposta diante de comportamentos inadequados. Mas um movimento crescente começa a questionar essa lógica. No Ceará, a escola bilíngue TreeHouse vem implantando a Política de Integridade Acadêmica: um processo transparente, educativo e intencional que substitui suspensões por consequências reais, acompanhadas e formativas. 

Nesse modelo, quando um comportamento exige reparação, o aluno não é afastado, ele permanece na escola, aprende com o fato e é orientado a transformar o erro em crescimento.

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Para a diretora pedagógica Mariana Barros, esse modelo coloca o foco no desenvolvimento socioemocional e na construção do caráter. 

“Quando a criança permanece na escola para cumprir uma consequência, acompanhada de perto, ela vivencia na prática o que significa responsabilidade. Não se trata de punir, mas de educar. O erro deixa de ser motivo de afastamento e passa a ser ponto de partida para desenvolver empatia, autocontrole e respeito ao outro”, afirma a diretora Mariana Barros.

Na prática, a política prevê que o aluno cumpra consequências formativas dentro da própria escola, com acompanhamento de professores em horário estendido ou em atividades relacionadas ao erro cometido. As ações podem incluir momentos de conversa orientada, tarefas de reparação, reflexões escritas e participação em projetos que reforçam o senso de pertencimento e responsabilidade.

suspensão escolar

Foto: Shutterstock

O ensinar está em todos os ângulos

A experiência da TreeHouse mostra que essa abordagem reduz reincidências, fortalece o vínculo entre aluno e escola e cria um ambiente mais seguro e cooperativo, segundo a escola. Em vez de associar disciplina a medo, os estudantes são convidados a refletir, reparar e agir com consciência, habilidades essenciais para a vida adulta.

A mudança, no entanto, exige compromisso institucional: formação de professores, diálogo constante com as famílias e uma visão clara de que educar comportamentos é tão importante quanto ensinar conteúdos. 

“É mais simples suspender do que acompanhar. Mais fácil punir do que educar. Mas quando a escola escolhe ensinar, ela ajuda a formar cidadãos mais éticos, autônomos e preparados para viver em sociedade. A Política de Integridade Acadêmica surge justamente para substituir a punição por processos que ensinam”, pontua Barbara Porro, psicóloga e diretora comercial da TreeHouse.

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