NOTÍCIA

Formação docente

Autor

Redação revista Educação

Publicado em 14/11/2025

Por que a PUCRS está reposicionando todos os cursos de licenciatura?

Mudanças passam a valer a partir de 2026, como os estágios, que serão obrigatórios já no primeiro semestre

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) anunciou reposicionamento para todos os seus cursos de licenciatura a partir de 2026. As mudanças foram propostas para que a formação de profissionais docentes, tradição na PUCRS há mais de 70 anos, siga atendendo aos desafios contemporâneos, como a inteligência artificial, a sustentabilidade e a inclusão, sobretudo de estudantes neurodivergentes.  

Os principais destaques das atualizações são os estágios, que passam a ser feitos pelos alunos desde o primeiro semestre; o reforço de atividades práticas de educação inclusiva, com suporte de docentes especialistas e atividades conectadas à realidade do ensino brasileiro; a conexão com as escolas de Humanidades e de Ciências da Saúde e da Vida, da PUCRS, a partir de projetos interdisciplinares, para fortalecer a educação com diálogo entre diferentes campos do saber; e o acesso a disciplinas de formação de lideranças para a educação, ampliando as possibilidades de atuação para a coordenação de equipes e iniciativas de escolas, organizações sociais, empresas ou outros espaços. 

Valorização dos professores

Para a pró-reitora de graduação e Educação Continuada da PUCRS, Adriana Kampff, as mudanças nas licenciaturas buscam valorizar a profissão dos educadores. 

“Todos nós reconhecemos a importância dos professores na nossa formação. Eles são a base da sociedade, formando pessoas que atuarão em diferentes espaços sociais. Por isso é tão importante que os cursos que formam esses profissionais estejam em constante atualização observando os novos contextos sociais”, afirma a pró-reitora Adriana Kampf.

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A PUCRS oferta sete licenciaturas: Ciências Biológicas, Educação Física, Filosofia, História, Letras Língua Inglesa, Letras Língua Portuguesa e Pedagogia. Todas elas tiveram seus currículos atualizados para que a formação siga atendendo aos desafios e tendências da educação.   

Desde os anos 2000, a PUCRS formou mais de 11 mil professores, muitos deles que fizeram parte de iniciativas sociais como o Prilei, programa do Ministério da Educação que oferta a licenciatura para professores sem curso superior e estudantes com bom desempenho no Enem. Ao fim de 2025, 145 alunos que ingressaram em licenciaturas na PUCRS em 2022 pelo Prilei serão formados na instituição.  

No auxílio à jornada acadêmica dos futuros professores, a PUCRS conta ainda com o Centro de Apoio Discente, uma estrutura completa de serviços à disposição de toda a comunidade universitária. O centro conta com núcleos de apoio em três frentes: aprendizagem, educação inclusiva e apoio psicossocial e pode ser acessado de segunda à sexta-feira, das 8h às 22h30.

cursos de licenciatura

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) anunciou reposicionamento para todos os seus cursos de licenciatura a partir de 2026 (Foto: Shutterstock)

Apesar dos desafios, buscas por licenciaturas aumentaram  

“Ser professor sempre foi um ato de resistência.” A frase traduz um sentimento comum no Brasil, onde a importância da educação é incontestável, mas muitas vezes confrontada pelos desafios da área. Ainda assim, a missão de formar cidadãos atrai milhares de jovens: no Sisu 2025, mais de 1,1 milhão de inscrições foram registradas em cursos de licenciatura presenciais no país, segundo o Ministério da Educação, um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. 

Esse interesse reflete a relevância social da docência, mesmo diante de dilemas estruturais. O 14º Mapa do Ensino Superior, elaborado pelo Instituto Semesp em 2024, mostra que 53% dos professores da educação básica se dizem satisfeitos ou muito satisfeitos com a carreira. Entre os motivos, estão o desejo de ensinar (59%), a satisfação em ver o progresso dos alunos (35%) e a vocação para a área (30%). Por outro lado, 79% já pensaram em desistir da carreira e apenas 2,5% acreditam que a profissão é bem remunerada. 

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