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Conhecimento

Autor

Redação revista Educação

Publicado em 22/09/2025

Lançamento da Aliança dos Povos pelo Clima inaugura novo pacto coletivo pela justiça climática

Manifesto em diversas línguas originárias marca a continuidade da histórica Aliança dos Povos da Floresta, liderada por Chico Mendes, Ailton Krenak e outros

Foi lançada na última semana a Aliança dos Povos pelo Clima, articulação que nasce como herdeira da histórica Aliança dos Povos da Floresta, formada nos anos 1980 por Chico Mendes, Raoni Metuktire, Ailton Krenak e outros(as) líderes. Quatro décadas depois, em meio ao agravamento da crise climática, povos indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhos, pescadores artesanais, beiradeiros e juventudes urbanas se unem novamente em um pacto nacional que coloca a diversidade no centro da resposta à emergência planetária.

A primeira Aliança, criada em 1984, foi decisiva para frear a devastação da Amazônia e garantir conquistas históricas. Do encontro entre seringueiros e povos indígenas resultou a criação das reservas extrativistas e, sobretudo, a inclusão do artigo 231 na Constituição Federal, que reconhece os direitos originários dos povos indígenas às suas terras. Esse legado permanece como alicerce da nova mobilização, agora ampliada para enfrentar os impactos da crise climática global.

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O manifesto de lançamento, publicado em Mebêngôkre, afirma que as mudanças climáticas já afetam diretamente os territórios: rios secam, espécies desaparecem, a produção de alimentos está ameaçada e modos de vida ancestrais sofrem com o avanço do agronegócio, da mineração, da grilagem e das queimadas. A nova Aliança nasce para denunciar esses impactos, propor caminhos e fortalecer a voz dos povos que há séculos protegem a floresta e apresentam soluções para um futuro sustentável.

Aliança dos Povos pelo Clima

Chico Mendes em 1988 (Foto: Miranda Smith)

Nomes por trás da Aliança dos Povos pelo Clima

Entre os nomes da nova Aliança estão: Ana Rosa, Anderson Santos (Ganga), Angélica Mendes, Arewana Juruna, Benezildo Silva, Gleiciane Pismel, Isis Tatiane dos Santos (Tati Quilombela), Jaciara Borari, Jefferson Tupari Mukarap, Joelmir Silva, Matsi Waura Txucarramãe, Samsara Nukini, Sara Lima, Silvia Rocha, Tailani Wajuru, Val Munduruku, Walter Kumaruara, Xulu Waura, Yakarewa Juruna.

Mais do que uma articulação política, a Aliança se apresenta como um espaço de encontro entre povos, territórios e saberes. Seu objetivo é ampliar alianças estratégicas, incidir em políticas públicas e fortalecer o protagonismo das juventudes indígenas, quilombolas, ribeirinhas, beiradeiras, inclusive em arenas internacionais como a COP30. 

Em rede

A iniciativa também abre espaço para que movimentos sociais, organizações da sociedade civil, universidades, artistas e cidadãos engajados se somem à mobilização pela justiça climática.

O lançamento marca uma nova etapa da luta socioambiental no Brasil, reafirmando que a floresta é um sujeito vivo e que a diversidade cultural e espiritual dos povos originários e tradicionais é parte essencial das soluções para o colapso climático.

O manifesto completo pode ser acessado em: www.povospeloclima.org

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