NOTÍCIA
Na UFMG, projeto METIS permite que meninas vivenciem atividades de segurança cibernética — área ainda é pouco ocupada por profissionais mulheres
Apesar da crescente demanda por profissionais e da grande empregabilidade em cibersegurança, apenas 25% dos postos de trabalho no setor são ocupados por mulheres. Com o objetivo de aumentar a participação feminina na área, o projeto METIS, que tem apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), incentiva meninas e mulheres a explorar e avançar na segurança cibernética. Com isso, cria um diálogo entre universidade e escola pública.
O primeiro encontro das 35 participantes do projeto, todas alunas do ensino médio e dos últimos anos do ensino fundamental de escolas públicas de Belo Horizonte e Região Metropolitana, acontecerá neste sábado, 5 de julho, no prédio do Instituto de Ciências Exatas da UFMG.
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“Estamos mostrando a essas meninas o caminho para chegar à cibersegurança e também incentivamos a disseminação do conhecimento aos familiares”, explica a coordenadora do projeto, Michele Nogueira, doutora em Ciência da Computação pela Universidade de Sorbonne e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Michele Nogueira, professoras e universitárias que conduzem o projeto METIS (Foto: divulgação)
No evento elas conhecerão o que é a cibersegurança por meio de um jogo lúdico, no estilo do UNO, criado pelas universitárias participantes do projeto. “A atividade será feita em grupos. O jogo tem cartas que trazem cinco ataques cibernéticos diferentes e cinco tipos de defesas que podem ser usadas. Além de cartas com quiz de perguntas sobre ataques cibernéticos e cibersegurança”, conta Michele Nogueira.
Haverá também a Oficina Raspberry PI e Cibersegurança, em que as 35 meninas conhecerão os equipamentos usados nos laboratórios, como os raspberry PI, que são computadores do tamanho de um cartão de crédito, mas com capacidade de executar tarefas de um computador convencional.
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“Na oficina, elas poderão acompanhar como acontece um ciberataque phishing (roubo de senha) em uma simulação no laboratório. Essa atividade também busca conscientizar sobre os diferentes tipos de ataques”, informa a professora.
O encerramento do encontro será com a visita das participantes ao Departamento de Ciência da Computação (DCC) e seus laboratórios na UFMG. “Esse é apenas o primeiro encontro de outros que acontecerão ao longo dos três anos de duração do projeto METIS.”
Mais do que apenas motivar, o projeto, que une universidade e escola pública, se compromete a oferecer apoio contínuo para meninas, ajudando-as a progredir em suas carreiras desde o ensino básico até a transição para o mercado de trabalho, esclarece Michele.
O projeto também tem, entre seus parceiros, a Sociedade Brasileira de Computação (SBC), por meio do programa Meninas Digitais, empresas de tecnologia e dos governos das cidades envolvidas.
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