NOTÍCIA
Substituição reflete tendência global de priorizar a avaliação do impacto real de cada pesquisa
Nos últimos anos, a produção acadêmica no Brasil vem passando por transformações significativas. Uma das mudanças é a decisão da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) de descontinuar o Qualis Periódicos — sistema de qualificação de revistas científicas — a partir de 2025. Essa alteração reflete uma busca por critérios que privilegiem o impacto e a qualidade individual dos trabalhos, marcando uma nova era para pesquisadores, instituições e publicações acadêmicas, defendem especialistas.
De acordo com a professora Antonella Carvalho de Oliveira, editora-chefe da Atena Editora e doutora em ensino de ciência e tecnologia, essa transição é necessária para modernizar o processo de avaliação acadêmica no Brasil.
“O Qualis foi importante por muito tempo, mas não acompanhava a evolução das demandas globais de pesquisa, especialmente no que diz respeito à valorização do mérito individual de cada trabalho. Essa mudança traz uma oportunidade para o Brasil alinhar-se aos padrões internacionais e promover maior justiça no reconhecimento científico”, destaca.
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O sistema Qualis, criado pela Capes, categorizava os periódicos em estratos (como A1, A2, B1, B2, etc.), funcionando como um indicador para programas de pós-graduação. Essa classificação permitia que as instituições mensurassem a qualidade das publicações científicas de seus docentes e discentes, sendo um fator determinante para a avaliação e manutenção das notas dos programas.
Contudo, como explica Antonella Carvalho, o modelo enfrentou críticas ao longo dos anos: “O Qualis avaliava os periódicos, mas não necessariamente o impacto ou a relevância de cada artigo individual. Isso gerava uma dependência excessiva da classificação do veículo de publicação, muitas vezes em detrimento do mérito científico”.
A decisão de substituir o Qualis reflete uma tendência global de priorizar a avaliação do impacto real de cada pesquisa. Antonella Carvalho aponta alguns fatores que justificam a mudança:
O novo sistema, ainda em desenvolvimento, será baseado em critérios como impacto científico, colaborações internacionais, inovação e relevância para o avanço do conhecimento. Antonella acredita que essa abordagem trará mais transparência ao processo de avaliação.
“A partir de 2025, cada artigo será analisado por seus próprios méritos, o que beneficiará pesquisadores que buscam produzir ciência inovadora e de alta relevância. Isso também cria um ambiente mais equitativo, onde o mérito individual é reconhecido”, afirma.
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