NOTÍCIA
Pesquisa recém-divulgada revela os desafios dos docentes, incluindo a falta de apoio emocional e pedagógico, durante a pandemia
Publicado em 19/05/2020
Desde o meio de março as escolas brasileiras começaram a fechar as portas e uma parcela passou a dar aulas online. Contudo, essa experiência que já dura dois meses aponta que 83%% dos professores brasileiros não se sentem preparados para o ensino remoto e 88% revelam ter dado a primeira aula virtual após a pandemia. As informações são de uma pesquisa do Instituto Península realizada com 7.734 mil professores de todo o país entre os dias 13 de abril e 14 de maio de 2020.
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A pesquisa faz parte da segunda rodada do levantamento Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do coronavírus no Brasil, que ouviu os educadores no início do isolamento social e, recentemente, os ouviu novamente.
O primeiro resultado você confere aqui: Coronavírus: como estão nossos professores
Nessa segunda rodada, os docentes revelam ainda que não tiveram qualquer suporte ou capacitação durante o isolamento social para ensinar fora do ambiente físico da escola (55%), mas que gostariam de receber apoio e treinamento (75%).
“Percebemos na pesquisa que os resultados estão interligados. Eles tiveram que se reinventar para aprender a dar aulas de uma maneira radicalmente diferente, sem nunca terem experimentado este formato. As redes de educação precisam auxiliar estes docentes e oferecer apoio e suporte necessários para que possam dar aulas remotas mantendo a qualidade de aprendizagem dos alunos. Muitas já estão se organizando para isso e se preocupando em manter fortalecido o vínculo dos professores com a escola. Essa liderança é fundamental para mover o setor”, aconselha Heloisa Morel, diretora executiva do Instituto Península.
Também chama a atenção que 75% não receberam suporte emocional das escolas – realidade já vivenciada antes da crise do novo coronavírus. “O suporte emocional é ação prioritária para que os professores possam manter a saúde mental, o corpo e as emoções equilibradas nestes tempos de pandemia. Eles querem e precisam deste cuidado. Os gestores podem, de maneira geral, encontrar algumas soluções temporárias para este desafio, como cursos de formação. No entanto, no médio e longo prazo, é importante que se criem políticas de cuidado aos professores, pois são eles que estão, diariamente, na linha de frente com os alunos. Desenvolver integralmente estes educadores deve ser também um dos focos dos gestores públicos”, defende Heloisa.
A pesquisa pretende ouvir os profissionais da educação até o fim da pandemia. Para saber mais sobre o levantamento clique aqui.
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