O Colégio Rio Branco, em São Paulo (SP), acaba de publicar mais um livro escrito pelos seus docentes. Com o título Reimaginar futuros: construindo novos percursos curriculares para o século XXI, tem 43 autores da equipe pedagógica, sendo uma obra coletiva com contribuições para a educação brasileira. Foca no currículo como espaço e tempo de transformação da escola, da educação e do fazer do professor.

Esther Carvalho, diretora-geral das unidades do colégio, lembra que o livro nasceu a partir da visita do educador português António Nóvoa, em 2024, com o qual se discutiu o documento da Unesco Reimaginar os futuros juntos: por um novo contrato social da Educação. “Este livro é o fruto do trabalho de uma comissão internacional de peso e da escuta de mais de um milhão de pessoas mundo afora. Nóvoa foi o responsável por sua relatoria e deixou suas digitais nessa obra.” Nóvoa é o que se pode chamar de amigo da casa, sempre aparece no Rio Branco.

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No capítulo que trata do currículo, o conhecimento, segundo colocado ali, nunca está completo. Esther diz que existe “a ideia de um currículo como uma sequência mecânica de horários e disciplina que organiza o ritmo e a vida escolar. A organização dos tempos e espaços, o encadeamento dos conhecimentos, ainda mais quando presidida pela busca do inter e do transdisciplinar, importantes para a vida escolar”, escreve a diretora no artigo que inicia o livro.

Esther fala que pensar a educação do século XXI não se limita a rever estratégias didáticas, mas implica revisitar profundamente o campo curricular, ampliá-lo, buscar o desenvolvimento intencional de competências a partir de conteúdos que constituem um patrimônio civilizatório comum.

“Nossa experiência de produção coletiva surgiu em 2018, quando no encontro de planejamento daquele ano convidamos os professores a publicizar suas práticas de sala de aula. A ideia que fundamenta essa iniciativa é celebrar as conquistas na direção da inovação curricular e valorizar os educadores da instituição.”

Projetos 

A partir daí, o Colégio Rio Branco editou quatro livros, sendo esse último construído a partir do relatório da Unesco e com a inspiração de António Nóvoa. Foi então que convidaram os educadores a publicar, tornar público, compartilhar coletivamente conhecimentos que se tornem um bem comum.  

O livro de autoria coletiva tem 31 artigos que articulam o relato de projetos, atividades e experiências em sala de aula com as necessárias reflexões sobre os rumos da educação no século XXI, a partir da perspectiva do currículo. Bem mais do que relatos de boas práticas, o novo livro dos educadores do Colégio Rio Branco reúne reflexões que nascem da sala de aula e retroalimentam conceitos e práticas pedagógicas.

Segundo Esther Carvalho, uma ex-aluna do Rio Branco, “teoria e prática constituem uma contribuição pública concreta do Colégio, que há quase 80 anos constrói um projeto pedagógico que parte de sólidos valores humanistas para inovar e ampliar os horizontes dos processos de ensino-aprendizagem. O objetivo é oferecer educação que prepara os alunos para os desafios de seu tempo”.

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Esther Carvalho, oriunda da área de tecnologia e mestre em currículo, diz: “a característica central do projeto pedagógico do Colégio Rio Branco é equilíbrio entre a defesa da escola, da educação, de valores que precisam durar no tempo e a permanente busca pela inovação, em uma nova jornada a ser percorrida juntamente por escola, alunos, professores, em parceria com a família”.

Em seu artigo, enfatiza que se resolveu agrupar os textos em capítulos que se referenciam nas grandes frentes de reflexão trazidas pelo livro da Unesco “Acreditamos e investimos no desenvolvimento profissional docente. Esta é uma das iniciativas que entende o educador em sua totalidade, potente, como profissional que transforma o entorno, os pares e os alunos. A iniciativa pretende   impactar e incentivar o pensamento crítico e reflexivo de seus docentes, mas também de inspirar gestores e demais educadores de outras instituições e em diferentes contextos, a encontrarem formas de celebrar suas conquistas”, finaliza.

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